Servidores da Funtelpa lançam campanha por PCCR e denunciam salários abaixo do mínimo

É quase inacreditável, mas é realidade: 59,1% dos servidores da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) recebem menos de um salário mínimo de salário-base — o equivalente a valores inferiores a R$ 1.518,00. Mesmo diante da precarização, esses profissionais seguem diariamente produzindo conteúdo de relevância na TV, Rádio e Portal Cultura, levando informação, arte, história, futebol e cultura ao povo paraense. O cenário é alarmante e exige ação imediata do Governo do Estado, segundo a nova campanha iniciada pelos trabalhadores da fundação.

Após o movimento de resistência que impediu a aprovação do Projeto de Lei 701/2024, que previa a extinção da Funtelpa, artistas, jornalistas, comunicadores e defensores da comunicação pública agora voltam às ruas e às redes em uma nova luta: a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da fundação. A campanha, intitulada #PCCRdaFuntelpaJá, busca sensibilizar o governador Helder Barbalho (MDB) — que afirmou publicamente defender uma “Funtelpa forte” — para que envie o projeto à votação na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).

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A Funtelpa completará 50 anos em 2026, mas seus profissionais convivem com uma realidade de salários defasados, falta de valorização e estrutura insuficiente, mesmo representando apenas 0,06% do orçamento estadual para 2025 — estimado em R$ 48,6 bilhões. Os trabalhadores pedem mais do que a sobrevivência institucional: reivindicam dignidade profissional, reconhecimento e justiça por décadas de serviço prestado à sociedade paraense.

Entre os nomes históricos da Funtelpa estão o radialista e jornalista Edgar Augusto Proença, com 47 anos de casa e à frente do programa mais longevo da Rádio Cultura FM, e a jornalista Lourdinha Bezerra, há 34 anos no ar como apresentadora do tradicional “Clube do Samba”. Para os servidores, o PCCR é uma reparação histórica a profissionais que dedicaram suas vidas à construção de uma comunicação pública de qualidade e com identidade regional.

Em comunicado, os servidores convocam apoio da sociedade civil e de figuras públicas: “Convocamos todos que acreditam na comunicação pública, na valorização cultural e na justiça social: gravem vídeos de apoio, assinem o abaixo-assinado em nossa bio e compartilhem essa causa! A Funtelpa resiste pelo amor aos paraenses; agora ela precisa de estrutura”.

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