Pela 1ª vez na história, um pelotão de fuzileiros navais da Marinha Brasileira participa do exercício Catamaran, uma operação chefiada pela França e conduzida por países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo a coluna “Painel”, do jornal Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (15.jun.2025), militares brasileiros desembarcaram na 5ª feira (12.jun) em Lorient, na costa Oeste francesa.
O treinamento, realizado no Atlântico Norte, conta com a presença de países como Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda e Espanha.
O convite para a operação partiu da França, país com o qual o Brasil tem uma parceria estratégica desde 2008, quando começou o Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).
Em nota divulgada pela agência de notícias do governo federal, o capitão de corveta Alves Campos, que se apresenta no Estado-Maior de Desembarque e chegou à França em 19 de maio, afirmou que a inclusão da Marinha Brasileira nos exercícios representa um marco.
“Operar junto com marinhas de 1º mundo e poder trabalhar nesses ambientes diferenciados é sempre uma ótima oportunidade para o preparo dos nossos militares”, disse.
De acordo com o comandante do pelotão, o segundo-tenente Vinícius Saldanha, dos 13 militares que irão para a operação, 3 são oficiais —2 integrarão o Estado-Maior (um, o do batalhão, e o outro, o capitão de corveta Alves Campos, na Força de Desembarque)—, enquanto 10 são praças.
“Todos os militares que compõem o pelotão foram selecionados por mérito dentro de suas companhias, em condições de igualdade”, afirmou Saldanha, acrescentando que a operação vai contar com uma militar mulher.
“A militar do sexo feminino irá para a missão por ter se destacado na sua companhia enquanto militar. Nós não separamos nenhum tipo de cota para a missão, foram escolhidos realmente os melhores”, acrescentou.
Para a soldado fuzileira naval Camila Aguiar, que será a representante feminina da tropa, essa é uma experiência única.
“É uma honra e uma responsabilidade muito grande poder representar o CFN [Corpo de Fuzileiros Navais] em uma missão internacional, ainda mais sendo escolhida entre tantas bravas combatentes da 1ª turma de mulheres soldados fuzileiras navais”, afirmou.
O pelotão vem se preparando desde o final de março e já recebera instruções em conjunto, visando criar maior proximidade e coesão entre os militares, o que incluiu treinamentos e palestras.