COP 30 – Dos 50 mil leitos, 36 mil já estão garantidos em Belém: preços sem definição

Cerca de 45% dos 36 mil leitos até agora garantidos são de imóveis particulares> os mais próximos dos eventos são os mais valorizados em preços

O governo Lula (PT), em conjunto com corretoras e imobiliárias de Belém, assinou um termo de boas práticas para os aluguéis durante a COP30, conferência climática da ONU que ocorrerá em novembro na capital paraense. A iniciativa, segundo a organização do evento, busca garantir preços justos e contratos transparentes, mas não define limites de valores nem critérios claros para o que seria uma “precificação justa”, conforme noticiou a Folha de São Paulo.

O documento surge em resposta a casos extremos registrados no início do ano, quando anúncios de aluguéis em Belém chegaram a cobrar até R$ 2 milhões por 17 diárias no período da conferência. Apesar do acordo, a falta de regulamentação concreta preocupa, especialmente diante do déficit de hospedagem: dos 50 mil visitantes esperados, cerca de 36 mil leitos estão garantidos,faltando fechar 14 mil vagas. Isto, porém, pode ocorrer no decorrer desses cinco meses que antecedes próximo

A organização da COP30 destaca o termo como “um marco de cooperação” entre o poder público e o setor imobiliário, segundo nota publicada pela Folha. O documento orienta corretores a promoverem preços equilibrados, recusarem transações abusivas e retirarem anúncios com valores exorbitantes. Cerca de 45% das acomodações previstas são em imóveis particulares.

Sete imobiliárias da região metropolitana aderiram voluntariamente: Broker Soluções Imobiliárias, Crave Negócios Imobiliários, Mlene Azevedo Imóveis, HPI Imobiliária, Novo Lar, Pojo Imóveis e Maia Imobiliária.

Mesmo com o acordo, especialistas criticam a falta de medidas mais incisivas. Maureen Santos, coordenadora da Fase – Solidariedade e Educação, considera as ações dos governos federal e estadual insuficientes. “Já passou da hora de judicializar a questão. Não é só quem participa da COP30 que sofre, mas a população local, que enfrenta despejos devido ao aumento dos aluguéis”, afirmou à Folha. Ela alerta que os preços elevados podem reduzir o tamanho das delegações internacionais.

Luísa Carneiro, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Pará, signatária do termo, reconhece a dificuldade de fixar preços devido à diversidade de imóveis, mas aponta uma queda nas cotações desde janeiro. “Não tem como precificar uniformemente, mas os valores já estão mais razoáveis”, disse à Folha.

Quem cuida dos hotéis

Outro desafio é a rede hoteleira, que ainda não chegou a um acordo para conter preços abusivos. O governo sugere que os hotéis usem como referência os valores praticados durante o Círio de Nazaré, evento tradicional de outubro em Belém.

Em maio, a Bnetwork, empresa com experiência em edições da COP em Baku e Dubai, foi escolhida como plataforma oficial de reservas, centralizando as opções de hospedagem para facilitar o acesso dos participantes.

A ausência de regras claras e o déficit de leitos continuam a gerar incertezas sobre a capacidade de Belém de receber a COP30, um dos maiores eventos globais sobre o clima.

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