“Washington Post” quer parceria com Substack para artigos de opinião

O jornal norte-americano Washington Post quer hospedar em seu site os textos da plataforma digital focada no envio de newsletters, Substack. A iniciativa se dá no momento em que marcas tradicionais de mídia adotam o serviço de boletins informativos na disputa por leitores.

A informação foi divulgada no sábado (14.jun.2025) pelo The Guardian. O cofundador da plataforma, Hamish McKenzie, afirmou ao veículo de mídia britânico que há diálogo entre as empresas, mas nenhum acordo formal foi firmado até o momento.

McKenzie disse que conversou com o Washington Post sobre os planos do jornal para ampliar e renovar a seção de artigos de opinião em seu site.

“Eles precisam persuadir os escritores, criadores, jornalistas, editores. Não nós. Se estão ajudando a trazer mais exposição para esses escritores e direcionar audiências para eles, e não estou 100% certo sobre qual será o resultado final, poderia ser realmente bom para todos”, declarou.

Lançada em 2017, a plataforma Substack permite que qualquer pessoa publique e distribua conteúdo digital e cobre assinatura pelos próprios conteúdos. O serviço também tem se expandido para podcasts e vídeos.

O número de textos na Substack com receita anual de assinaturas de pelo menos US$ 500 mil (£369 mil) dobrou em 2 anos, segundo análise da Press Gazette.

A possível parceria surge depois de Jeff Bezos, proprietário bilionário do Washington Post, anunciar que as páginas de opinião teriam foco mais estrito em textos que apoiassem e defendessem “liberdades pessoais” e “mercados livres”. A medida foi vista como uma tentativa de Bezos de proteger seu relacionamento com o presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano).

O jornal, sob a liderança do executivo-chefe e editor britânico Will Lewis, busca novas formas de atrair leitores depois de registrar perdas financeiras.

“As pessoas estão começando a entender que a Substack não é apenas um sistema de publicação que ajuda as pessoas a ganhar dinheiro, mas também é uma rede e representa um novo terreno para construir, onde novos produtos de mídia podem nascer e ser desenvolvidos. Instituições tradicionais podem construir isso tão bem quanto os recém-chegados. É uma era de grandes oportunidades”, acrescentou.