Banco Mundial e agência da ONU fazem acordo por energia nuclear segura

O Banco Mundial e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) da ONU (Organização das Nações Unidas) lançaram nesta 5ª feira (26.jun.2025) um novo acordo de cooperação para o financiamento e o desenvolvimento seguro de energia nuclear em países em desenvolvimento. O projeto inclui a extensão da vida útil de reatores existentes.

O memorando de entendimento foi assinado em Paris e anunciado pelo presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e pelo diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, em pronunciamento conjunto.

Assista ao anúncio na íntegra, em inglês (14min59s):

A iniciativa surge como resposta à necessidade de fontes de energia confiáveis e de baixo carbono para impulsionar o desenvolvimento econômico.

A cooperação terá alcance global, com foco específico em países em desenvolvimento que buscam expandir suas matrizes energéticas com fontes de baixo carbono. Não foi especificado quais países serão os primeiros beneficiados ou qual o montante de recursos que será destinado a esses projetos.

As duas organizações serão as principais protagonistas desta parceria. O Banco Mundial reassume o papel no financiamento de projetos nucleares, enquanto a AIEA contribui com sua expertise técnica e regulatória no campo nuclear.

Segundo Banga, há mais de de 60 anos, quando o Banco Mundial financiou pela última vez um projeto ligado à energia nuclear, a média de consumo per capita de eletricidade, em países ricos, era de 38 MWh por ano. Hoje, é de 50 MWh, enquanto, em países do continente africano é de 4 MWh.

Para o presidente do Banco Mundial, atacar a desigualdade de acesso ao consumo é um dos principais objetivos da parceria com a agência nuclear da ONU.

“Empregos precisam de eletricidade. Assim como fábricas, hospitais, escolas e sistemas de água. E à medida que a demanda aumenta — tanto por causa da IA quanto do desenvolvimento — devemos ajudar os países a fornecer energia confiável e acessível”, afirmou Banga em seu pronunciamento.

“É por isso que estamos abraçando a energia nuclear como parte da solução — e reincorporando-a como parte do mix que o Grupo Banco Mundial pode oferecer aos países em desenvolvimento para alcançar suas ambições”, acrescentou o presidente do Banco Mundial.

Grossi descreveu o acordo como “histórico”, considerando-o “um sinal do retorno do mundo ao realismo sobre a energia nuclear”. O diretor-geral da AIEA também chamou a parceria de “primeiro passo crucial” para abrir caminho ao financiamento da tecnologia de pequenos reatores modulares, que apresentam potencial para adoção generalizada em países em desenvolvimento.

O objetivo das instituições é trabalhar também para prolongar a vida útil de usinas nucleares existentes, considerando-as fontes de energia de baixo carbono com boa relação custo-benefício.


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