A Polícia Civil do Pará prendeu uma babá suspeita de doping intencional de um bebê de 11 meses, em Belém. De acordo com as investigações, a mulher teria administrado medicamentos psiquiátricos na criança durante várias noites seguidas, com o objetivo de ter menos trabalho durante o expediente noturno. A suspeita, que estava escondida na casa do namorado, foi detida nesta semana e deve responder por tentativa de homicídio qualificado.
Segundo o delegado Theo Shüler, responsável pelo caso, há indícios de que a babá já vinha dopando a criança há alguns dias. “Não é um fato isolado. Antes a criança já vinha apresentando alguns sintomas”, explicou. A polícia agora apura se outras famílias podem ter sido vítimas e orienta que possíveis casos semelhantes sejam denunciados.
Durante o cumprimento da ordem judicial, os agentes apreenderam medicamentos e seringas na residência da mulher. O material foi encaminhado à perícia técnica, que deve confirmar qual substância foi administrada. A principal suspeita é o uso de quetiapina, um antipsicótico indicado para o tratamento de transtornos como esquizofrenia e bipolaridade. O uso do remédio pode provocar sonolência, tontura e alterações metabólicas — efeitos potencialmente perigosos em crianças.
A denúncia foi feita pela família da criança, após os pais notarem comportamentos anormais. Segundo o pai, o bebê chegou a cochilar enquanto brincava e até durante o almoço, o que levantou um alerta. Imagens de uma câmera de segurança instalada no quarto flagraram o momento em que a babá insere algo na boca da criança enquanto a segura com um dos braços.
A mulher era monitorada pela polícia há cerca de uma semana. Sua defesa nega intenção de causar dano à saúde da criança, alegando que os medicamentos encontrados estavam sob posse da família. No entanto, as imagens e os sintomas apresentados pelo bebê reforçam a linha de investigação de que houve uso indevido e deliberado da substância.
As investigações seguem em andamento, com expectativa de conclusão do inquérito após a entrega do laudo pericial. O caso causa comoção e serve de alerta para famílias que contratam profissionais para o cuidado de crianças.
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