Igor Normando. Foto: Reprodução
Em seis meses de gestão, é certo dizer que o prefeito Igor Normando (MDB) elegeu um inimigo a combater: o povo. Sob o discurso de “modernização” e “eficiência” – em uma cidade que tem demonstrado desconhecer – Normando vem promovendo o desmonte das políticas de proteção aos mais pobres e acabando com direitos históricos dos servidores públicos, ao mesmo tempo em que entrega setores essenciais – e partes do orçamento do município – à iniciativa privada.
Nada de novo. A retirada de direitos se disfarça com o argumento de “corte de gastos”, mesmo que isso signifique retirar a comida da mesa de 80 mil pessoas, com o fim de programas como o Bora Belém, ou com o fechamento e abandono do Restaurante Popular Desembargador Paulo Frota, que para muitos dos 1.300 usuários diários, era a única opção de alimentação de qualidade e de um pouco de dignidade. O corte de gastos só não alcança seu próprio salário e de seus secretários, cujo aumento foi articulado e aprovado por sua base de apoio na Câmara Municipal.
Atuando como um “sub-secretário” do primo governador, Normando é a personificação de uma gestão sem iniciativas, que se encosta em obras do governo estadual e do ex-prefeito Edmilson, algumas delas sendo inauguradas, de forma patética, pela segunda vez, enquanto abandona a cidade, em especial, a periferia. Crateras multiplicam-se pelas ruas, novos alagamentos surgem até em áreas centrais, praças ficam ao breu favorecendo a ação de criminosos, que a bem da verdade, já agem à luz do dia. E o lixo na cidade, que caminhava para uma solução definitiva, agora retrocede às vésperas da COP 30.
Ignorando os problemas urbanos e sociais de Belém, Igor Normando se convenceu de que o principal desafio de Belém é a “ordem pública”, um sonho antigo das elites, que enxergam a cidade e as pessoas através de seus carros com ar-condicionado. “Estamos em guerra”, bradou, em recente entrevista. Não resta dúvidas contra quem está guerra será travada.
O post Igor Normando e a gestão do retrocesso: Fome, buracos e privatizações em Belém apareceu primeiro em PONTO DE PAUTA – PARÁ.