Medida mira economias emergentes que, segundo o presidente dos EUA, representam ameaça comercial aos interesses norte-americanos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que todos os países integrantes do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e nações que adotarem políticas alinhadas ao grupo serão alvo de tarifas adicionais de 10% sobre produtos exportados para o mercado norte-americano.
A decisão foi divulgada após Trump acompanhar de perto os debates e resoluções da última cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro. Para o líder norte-americano, o bloco de economias emergentes fortalece uma concorrência “desleal”, que ameaça a indústria e os empregos nos Estados Unidos.
“Não podemos permitir que países que distorcem o comércio global tirem vantagem do trabalhador americano. A partir de agora, qualquer nação que se alinhar às práticas do Brics pagará um preço justo para acessar nosso mercado”, declarou Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.
Impacto Global
A nova tarifa pode acirrar ainda mais as tensões comerciais entre Washington e Pequim, além de impactar setores como agronegócio, tecnologia e commodities. Países como o Brasil, que exportam grande volume de produtos agrícolas e minerais para os EUA, temem prejuízos bilionários.
Analistas avaliam que a medida deve aprofundar disputas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e dificultar acordos bilaterais em andamento. Representantes do Brics, por sua vez, classificaram a decisão como “unilateral e protecionista”, e prometem reação conjunta.
Próximos passos
Em resposta, diplomatas dos países do bloco já articulam uma nota de repúdio e estudam contramedidas tarifárias, sobretudo sobre produtos agrícolas e industriais norte-americanos. O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes do Itamaraty indicam que o tema será tratado com prioridade nos próximos encontros multilaterais.
A expectativa é que novas rodadas de negociação sejam realizadas nas próximas semanas, envolvendo também a União Europeia e parceiros do G20, na tentativa de evitar uma escalada nas disputas comerciais.