O Brasil registra um avanço preocupante nos casos de afastamento por problemas de saúde mental ligados ao trabalho. Dados do INSS mostram que mais de 472 mil brasileiros foram afastados por transtornos como ansiedade, depressão e burnout. Um avanço de 68% referente ao mesmo dado em 2023.
Outro dado, agora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que apenas 46% dos municípios brasileiros têm políticas públicas voltadas à saúde mental.
Bianca Lima, de 28 anos, moradora de Belém, é um exemplo desse cenário. Ela começou a sofrer crises de ansiedade após assumir uma carga excessiva de trabalho presencial. “Chegava a chorar antes de ligar o computador. Eu sabia que precisava parar, mas tinha medo de perder meu emprego”, conta.
Segundo Bianca, ela apresentou sintomas como insônia, taquicardia e ataques de pânico. Após procurar atendimento médico, ela foi afastada com benefício por incapacidade temporária.
A advogada trabalhista Nádia Côrtes, do escritório Andrade e Côrtes Advogados, reforça que o afastamento por transtornos mentais é um direito garantido por lei. “Quando há incapacidade por mais de 15 dias, o trabalhador pode solicitar o benefício, mediante atestado médico e perícia do INSS”, explica.
Ela orienta ainda que o trabalhador registre todos os documentos, como laudos, mensagens, atestados, e mantenha acompanhamento médico. Se houver relação entre o adoecimento e as condições do trabalho, a empresa pode ser responsabilizada. Além disso, outro ponto importante é o direito à estabilidade no emprego por 12 meses após o retorno, se o problema tiver sido causado pela atividade profissional.
É importante procurar ajuda médica ao perceber impactos do trabalho na saúde mental. Sintomas devem ser registrados e os direitos, avaliados. O processo de afastamento pode começar pelo SUS ou pelo aplicativo Meu INSS, que permite a solicitação de forma digital.
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O post Exaustão no trabalho já afasta quase meio milhão de brasileiros por transtornos mentais apareceu primeiro em Estado do Pará Online.