Nova denúncia: criança é presa em cadeira na escola envolvida em caso de violência contra aluno autista

Uma menina de 3 anos e um menino de 4 anos foram encontrados amarrados na Escola Particular Shanduca – Berçário e Pré Escola, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Os casos de maus-tratos, que chocaram a comunidade local, estão sob investigação da Polícia Civil do Paraná.

O menino, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3 e é não verbal, foi encontrado amarrado pelos pulsos e pela cintura a uma cadeira dentro do banheiro da escola. A Guarda Municipal e o Conselho Tutelar foram acionados após denúncia anônima e resgataram a criança. A professora suspeita de ter amarrado o garoto foi presa em flagrante na segunda-feira (7) e admitiu ter prendido o aluno porque ele estaria “muito agitado”.

Após a repercussão do caso, o pai de uma menina de 3 anos recebeu uma foto da filha amarrada pelas mãos a uma cadeira dentro da mesma escola. A imagem foi divulgada nas redes sociais pelo pai, que afirmou ter recebido o material por meio de uma ex-professora da instituição. Em mensagens compartilhadas, a funcionária relata que a menina sofria agressões e era amarrada por uma pedagoga da escola, que a trancava na secretaria e a agredia verbalmente e fisicamente.

Em nota, a dona da escola, afastada por motivos de saúde, repudiou veementemente os fatos e afirmou estar tomando todas as providências legais, incluindo o envolvimento de advogados para apurar a responsabilidade. A instituição cancelou as aulas nesta terça-feira (8) e expressou pesar pelo ocorrido.

A Polícia Civil informou que as investigações seguem em curso, com a oitiva de testemunhas e buscas para ouvir a proprietária da escola e outras funcionárias. O Ministério Público do Paraná solicitou a conversão da prisão da professora para preventiva, com o objetivo de proteger as crianças ainda sob os cuidados da profissional.

A advogada que representa as famílias das vítimas pediu que os casos sejam investigados em conjunto para facilitar a responsabilização dos envolvidos. O pai do menino autista afirmou que essa não foi a primeira vez que o filho foi submetido a situações semelhantes, mas devido à condição da criança e à sua dificuldade de comunicação, não se sabe desde quando os maus-tratos acontecem.

A repercussão dos casos evidencia a ausência de protocolos eficazes para lidar com crianças autistas em escolas regulares, um desafio apontado por especialistas, considerando que há cerca de 900 mil alunos com TEA matriculados em salas comuns no Brasil.

Com informações de UOL e G1

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