Lula promete retaliação ao tarifaço de Trump com Lei de Reciprocidade Econômica

Presidente defende soberania nacional e rebate alegações dos EUA sobre déficit na balança comercial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (9) que o Brasil vai responder de forma imediata e proporcional ao tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano a todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, provocou forte reação do Palácio do Planalto, que promete aplicar a chamada Lei de Reciprocidade Econômica.

Em publicação em suas redes sociais, Lula classificou como “falsa” a justificativa apresentada pela Casa Branca de que as tarifas são necessárias para conter um suposto déficit comercial com o Brasil. Segundo o presidente, a decisão unilateral fere acordos internacionais de comércio e ataca diretamente a soberania econômica brasileira.

“Não aceitaremos retaliações infundadas que prejudiquem nossos produtores e trabalhadores. Se eles impõem barreiras, responderemos com a mesma força para proteger nossa economia e nossa gente”, declarou Lula.

A nova tarifa deve afetar setores estratégicos da balança comercial brasileira, como o agronegócio, a indústria siderúrgica e exportações de commodities minerais e produtos manufaturados. Empresários e entidades do setor produtivo já demonstraram preocupação com possíveis impactos na geração de empregos e no fluxo de investimentos.

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Nos bastidores, diplomatas brasileiros afirmam que o governo já estuda uma lista de produtos norte-americanos que poderão sofrer sobretaxação imediata, caso não haja recuo por parte de Washington. O Itamaraty também avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a medida.

Para especialistas, a tensão entre Brasil e Estados Unidos pode abrir uma nova frente de disputa comercial, em meio a um cenário global já marcado por guerras tarifárias entre grandes potências. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa de que o Brasil busque fortalecer acordos bilaterais com outros parceiros, como China e União Europeia, para reduzir a dependência do mercado norte-americano.

Enquanto isso, setores da oposição acusam Lula de adotar um tom beligerante que pode acirrar ainda mais a crise econômica. O governo, por sua vez, garante que a prioridade é defender a soberania e os interesses do país.

A expectativa é de que nos próximos dias o governo detalhe as contramedidas e convoque o setor produtivo para definir uma estratégia conjunta de reação ao tarifaço de Trump.