Vídeo – Um golpe de R$ 100 milhões contra o BASA: gerente preso metido no rolo

Os nomes dos presos não foram divulgados. Um gerente do Basa, em Santa Inês (MA) fazia parte do esquema, segundo a polícia

Um dos maiores golpes financeiros já registrados contra o Banco da Amazônia veio à tona nesta semana, após uma operação conjunta entre as polícias civis do Pará e de Minas Gerais desmantelar um esquema criminoso que teria desviado mais de R$ 100 milhões da instituição financeira com sede em Belém. Três homens foram presos, entre eles um gerente do próprio banco, suspeito de facilitar as transferências fraudulentas a partir de acessos privilegiados ao sistema interno da agência onde atuava, em Santa Inês, no Maranhão.

O escândalo expõe uma falha grave na segurança bancária e no controle interno da instituição pública, revelando que o esquema se estruturava a partir de dentro. O gerente preso implantou, nos dias 30 de junho e 1º de julho, dispositivos clandestinos nos caixas eletrônicos da agência onde trabalhava, para capturar senhas de clientes. Com os dados em mãos, os valores eram transferidos para contas de terceiros — os chamados “laranjas” — espalhadas por dez estados do país. Parte considerável do dinheiro foi enviada para contas empresariais em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Dois homens, de 24 e 28 anos, foram detidos em flagrante no momento em que tentavam sacar R$ 2 milhões em uma agência localizada na Avenida João Pinheiro, na região Centro-Sul da capital mineira. Eles são investigados por uma série de crimes: lavagem de dinheiro, fraude cibernética, falsificação de documentos públicos, uso de documentos falsos e organização criminosa. Segundo a polícia, os suspeitos cobravam entre R$ 50 mil e R$ 200 mil para ceder suas contas bancárias ao grupo criminoso.

Um dos detidos chegou a apresentar um contrato de compra e venda forjado, alegando que os R$ 2 milhões em sua conta eram resultado da venda de um imóvel. A farsa foi desmascarada pelo delegado Anderson Kopke, da Polícia Civil mineira, que coordena as investigações no estado.

A origem dos valores desviados remonta a uma transferência de R$ 107 milhões feita diretamente de uma agência do Banco da Amazônia em Belém. Embora o montante tenha sido pulverizado entre diversas contas e estados, a fraude teve início em Santa Inês, onde o gerente corrupto articulava o desvio silencioso dos recursos.

Nota do BASA

O Banco da Amazônia, em nota oficial, afirmou estar colaborando integralmente com as autoridades para esclarecer o caso e garantiu que repudia qualquer conduta ilícita envolvendo seus funcionários ou operações. Ainda assim, o episódio levanta sérias questões sobre o controle interno das instituições financeiras públicas e o acesso privilegiado de servidores a sistemas sensíveis.

O caso segue sob investigação, com o objetivo de identificar todos os envolvidos e rastrear o caminho do dinheiro desviado. Mais prisões não estão descartadas.

O golpe bilionário contra o Banco da Amazônia não é apenas uma demonstração da audácia do crime organizado, mas também um sinal preocupante de fragilidade no sistema bancário brasileiro — especialmente quando o próprio gerente da instituição atua como facilitador da fraude. A violação de confiança e o uso de dados dos clientes, capturados dentro da agência, demonstram como a corrupção interna pode ser mais letal que qualquer ataque cibernético externo.

Em tempos de digitalização bancária e aumento da vigilância sobre operações financeiras, o caso exige alerta: o elo mais fraco ainda pode ser o fator humano. É preciso reforçar não só a tecnologia, mas os mecanismos de fiscalização e ética dentro dos próprios bancos. (Do Ver-o-Fato, com informações das polícias civis do Pará e Minas Gerais)

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