Brasil está “arrasando as leis ambientais”, diz “Economist”

A revista britânica The Economist afirmou em artigo (leia aqui, para assinantes) publicado na 4ª feira (9.jul.2025), que o Brasil está “arrasando as leis ambientais” e que o Congresso Nacional ataca Marina Silva por defender o meio ambiente.

Segundo a publicação, a ministra do Meio Ambiente enfrentou críticas de teor “machista” por ser contra um projeto de lei que “desmantelaria” muitas das regulamentações ambientais do país. Trata-se do novo licenciamento ambiental, que deve ser votado no plenário da Câmara na próxima semana.

O texto isenta projetos de infraestrutura, mineração e agropecuária considerados de “baixo ou médio impacto” da necessidade de avaliação ambiental formal, acelerando o processo e, em alguns casos, permitindo que os próprios empreendedores analisem os efeitos de suas obras. A revista cita o fato de a ONG WWF (World Wide Fund for Nature) ter classificado a proposta como “o maior retrocesso na legislação ambiental brasileira nos últimos 40 anos”.

A Economist também lembra a audiência no Congresso em que Marina, segundo o texto, foi alvo de insultos por quase 7 horas. A revista relaciona esses “ataques” ao aumento da influência do agronegócio e do setor de combustíveis fósseis no Congresso, além da fragilidade fiscal do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que precisa evitar confrontos com o Legislativo para manter o apoio político.

A reportagem cita Marina como uma das autoridades centrais na redução do desmatamento na Amazônia nos anos 2000, e diz que sua renúncia em 2008, por divergências com o governo sobre grandes obras na floresta, reforçou sua reputação internacional.

Ambientalistas citados pela Economist afirmaram que, se o novo licenciamento ambiental for aprovado, deve ser judicializado. “Não deixaremos de lutar pelo meio ambiente. Apenas contrataremos mais advogados”, afirmou Marcio Astrini, do Observatório do Clima, à revista britânica.