Fazenda aumenta projeção de crescimento do PIB para 2,5% em 2025

A SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda aumentou de 2,4% para 2,5% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A avaliação não considera os impactos potenciais da elevação na tarifa de 50% dos EUA em produtos exportados pelo Brasil.

A estimativa consta no “Boletim Macrofiscal”, publicado bimestralmente pelo Ministério da Fazenda. Eis a íntegra do documento (PDF – 2 MB). As perspectivas do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão mais otimistas que as dos agentes do mercado financeiro. A mediana das projeções dos economistas é de 2,23% de crescimento para este ano.

O BC (Banco Central) espera um crescimento ainda menor, de 2,1%, segundo projeção divulgada no fim de junho.

A SPE disse que a revisão de 2,4% para 2,5% na taxa de crescimento do PIB se deve à resiliência do mercado de trabalho. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a taxa de desemprego caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor taxa para o período na série histórica, iniciada em 2012.

A SPE disse que há um desempenho melhor que o esperado anteriormente no consumo das famílias, mesmo com a taxa Selic elevada.

“O crescimento esperado para a agropecuária também foi revisado para cima, repercutindo principalmente a alta nas estimativas do IBGE para produção de milho, café, algodão e arroz em 2025”, disse.

Segundo o relatório, o PIB brasileiro deve desacelerar no 2º trimestre em relação ao anterior. Depois de subir 1,4% de janeiro a março, a economia deve avançar 0,6% de abril a junho. A projeção da SPE considera um desaquecimento do PIB agropecuário.

A equipe econômica avalia que o ritmo de atividade na indústria e em serviços deve aumentar.

CENÁRIO EXTERNO

A SPE disse que os rumos da economia mundial são incertos. Disse que há “riscos relacionados à imposição de política comercial mais disruptiva por parte dos Estados Unidos”. A equipe econômica afirmou que, nas últimas semanas, a perspectiva de maior deterioração fiscal nos EUA tem contribuído para elevar novamente a incerteza.

O relatório disse que a sobretaxação de 50% dos produtos exportados do Brasil aos EUA tem “razões apenas políticas” e provocam “grande insegurança”. Avalia que o impacto da medida deve ser concentrado “em alguns setores específicos, influenciando pouco a estimativa de crescimento em 2025”.