Diego Torres Machado de Campos, de 42 anos, afirma que agentes estavam alterados; criança de 5 anos presenciou a abordagem e ficou ferida
O videomaker e cinegrafista Diego Torres Machado de Campos, 42 anos, denunciou ter sido vítima de prisão violenta e desproporcional realizada por policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na tarde desta quarta-feira (9), na Asa Norte, em Brasília. Durante a ação, registrada em vídeo por testemunhas, Diego foi imobilizado com agressões físicas, enquanto o filho, de apenas 5 anos, assistia a tudo e acabou ferido.
O caso ocorreu após um acidente de trânsito com uma viatura descaracterizada. O pai da criança relata que, em razão da postura agressiva dos ocupantes do outro veículo e da falta de identificação policial, tentou se afastar em busca de segurança. Mesmo assim, foi perseguido e interceptado pelos agentes.
“Fiquei assustado. Eu não sabia quem eram. Só pensei em proteger meu filho”, disse Diego em entrevista ao portal Metrópoles. Ele classificou a abordagem como “totalmente desproporcional” e pediu que os policiais envolvidos sejam submetidos a exames toxicológicos, por suspeita de que estivessem sob efeito de substâncias psicoativas.
Vídeo mostra agressões e criança sozinha no carro
As imagens gravadas por pessoas que presenciaram a cena mostram o momento em que um dos policiais agride Diego com socos, mesmo ele estando rendido, de costas e sem esboçar reação. O filho, Tito, aparece chorando dentro do carro, onde foi deixado sozinho. Em um trecho do vídeo, é possível ver um dos agentes batendo a porta do veículo nas pernas da criança, que se senta no banco do motorista em pânico.
A jornalista Gabriella Furquim, mãe de Tito, afirmou que o menino está traumatizado:
“Hoje ele não queria ficar sozinho em nenhum momento. Ele não fala sobre o que aconteceu, mas está abalado.”
Ela criticou o suposto acolhimento relatado pela polícia:
“O agente que agrediu o Diego na frente do Tito era quem deveria protegê-lo.”
“Fui derrubado e ameaçado com arma”, relata vítima
Diego contou que trafegava pelo Eixão Norte, sentido Parque da Cidade, quando foi ultrapassado por um carro preto que entrou bruscamente à sua frente, obrigando-o a frear. Após um pequeno contato entre os veículos, decidiu seguir até uma área movimentada, na comercial da Quadra 112 Norte, com receio de ser vítima de violência.
Lá, foi abordado. Ele relatou ter sido derrubado com uma rasteira, imobilizado com o rosto no chão e ameaçado com uma arma de fogo.
“Pedi ajuda para meu filho, mas mesmo assim me jogaram na viatura. Eu não resisti em nenhum momento.”
O cinegrafista foi encaminhado à DCA 1 e depois à 5ª Delegacia de Polícia, onde foi autuado por acidente de trânsito, dano e evasão do local. Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), que constatou hematomas no pescoço, nas pernas e escoriações nos joelhos. O veículo dele foi apreendido para perícia.
Mãe avalia que fuga evitou tragédia
Segundo Gabriella, a decisão de Diego de não parar imediatamente após a colisão pode ter sido crucial para preservar a vida dele e do filho:
“Se ele tivesse parado onde aconteceu o acidente, sem ninguém filmar, acho que poderia ter sido ainda pior.”
O caso foi registrado na 5ª DP, e Diego aguarda as investigações. Ele reafirma que seu único objetivo era proteger a criança.
“Foi um abuso total. Eu tive medo.”
Com informações de Metrópoles
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