Em nota, entidade estima que, no Pará, a nova tributação sobre o crédito pode gerar um custo adicional de R$ 145 milhões apenas para as indústrias e agroindústrias que acessam esses recursos — num montante total financiado de R$ 7,7 bilhões.
A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) se posicionou de forma contundente contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo Lula. Para a entidade, é inaceitável que, diante das dificuldades fiscais do país, o Executivo recorra novamente à elevação de tributos, penalizando trabalhadores e empresários que já sustentam a economia real do Brasil.
Segundo a Fiepa, a solução para o equilíbrio das contas públicas não está em impor mais sacrifícios à sociedade produtiva, mas sim na melhora da gestão dos recursos públicos e na aprovação de reformas estruturantes que modernizem o Estado e promovam um ambiente mais competitivo. A entidade se alinha à Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao destacar que o aumento do IOF gera insegurança, encarece os custos de produção e compromete a previsibilidade econômica — um cenário altamente danoso para o setor industrial.
Estudos do setor apontam que, com a nova alíquota, as empresas brasileiras deverão arcar com um custo adicional de R$ 19,5 bilhões apenas no restante de 2025, com impacto total de R$ 39 bilhões em 2026. No Pará, onde o desenvolvimento regional depende fortemente do financiamento via Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), o efeito será particularmente grave: a Fiepa estima que a nova tributação sobre o crédito pode gerar um custo adicional de R$ 145 milhões apenas para as indústrias e agroindústrias que acessam esses recursos — num montante total financiado de R$ 7,7 bilhões.
O aumento da carga sobre operações de crédito, alerta a entidade, é especialmente prejudicial em regiões como o Pará, onde o acesso a financiamentos é vital para alavancar investimentos, inovação e crescimento. Pequenas indústrias que trabalham com a biodiversidade amazônica, por exemplo, sofrem com a sazonalidade da produção e dependem fortemente de crédito para manter estoques e viabilizar suas atividades ao longo do ano.
Outro ponto criticado pela Fiepa é o aumento do IOF sobre operações de câmbio, que deve encarecer a importação de insumos e bens de capital fundamentais à modernização do parque industrial paraense — afetando diretamente a competitividade da indústria local tanto no mercado nacional quanto internacional.
A Federação também reforça que o uso do IOF como mecanismo puramente arrecadatório fere princípios de boa governança fiscal e pode ter efeitos recessivos de longo prazo. Em um cenário de juros elevados, como o atual, medidas desse tipo tornam-se ainda mais nocivas ao desenvolvimento econômico, reduzindo a atividade produtiva e, paradoxalmente, comprometendo a arrecadação de outros tributos.
A mensagem da Fiepa é clara: aumentar impostos não é o caminho. É preciso responsabilidade com os gastos públicos, estímulo ao setor produtivo e reformas que preparem o Brasil para crescer com sustentabilidade e competitividade.
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