Uma prece contra a disseminação de ódio e desinformação nas redes sociais chamou atenção no folheto da missa do último domingo (6.jul), distribuído em paróquias católicas pelo país.
Durante a Oração dos Fiéis do 14º Domingo do Tempo Comum, o material propunha o seguinte: “Para que os governantes promovam ações legítimas que superem a cultura das falsas notícias nas redes sociais, rezemos”. Leia a íntegra (PDF – 3 MB).
O folheto circulou nacionalmente e pode ser encontrado no site da Paróquia Santa Lúcia, em Aracaju (SE), com o selo da Editora Paulus. O conteúdo, no entanto, virou alvo de uma controvérsia nos bastidores da própria Igreja.
Inicialmente, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) informou que o material não era de sua autoria.
Questionada, a arquidiocese de Aracaju disse que só reproduz e distribui o folheto, que seria produzido pela própria CNBB e usado em todo o país. “Inclusive está na Liturgia Diária”, informou ao Poder360.
Procurada novamente, a CNBB não se manifestou por meio de porta-voz oficial. A assessoria de imprensa informou que não há regras rígidas para a formulação das orações litúrgicas.
Declarou também que, embora padres não possam se posicionar politicamente em nome da Igreja, temas sociais e de comportamento podem ser abordados em missas.
A Editora Paulus, que assina o folheto, também foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.
O QUE É A ORAÇÃO DOS FIÉIS?
A oração universal, ou oração dos fiéis, momento fixo da liturgia católica em todas as missas com participação do povo.
Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, trata-se de um espaço em que a comunidade pede por diversas intenções, incluindo a Igreja, os governantes e a salvação do mundo.
Normalmente, a ordem das intenções segue esta sequência:
- pelas necessidades da Igreja;
- pelas autoridades civis e pela salvação do mundo inteiro;
- por aqueles em dificuldade;
- pela comunidade local.