Na base da raça e com espírito de quem não se entrega, o Remo arrancou um empate heroico em 1 a 1 diante da Chapecoense, na Arena Condá, pela 15ª rodada da Série B. O gol salvador, marcado nos acréscimos da etapa final, coroou a reação do Leão, que acordou no segundo tempo após ser dominado amplamente pela Chape nos primeiros 45 minutos. O resultado mantém os azulinos momentaneamente no G4, na quarta colocação, com 24 pontos, à espera de um tropeço do Avaí diante do Athletic-MG, nesta segunda-feira, 14, para seguir entre os quatro primeiros.
Foi um ponto suado. Chorado. Um empate com sabor de vitória.
A Chapecoense mandou no jogo desde o apito inicial. Empurrada pela torcida na Arena Condá, a equipe alviverde sufocou o Remo com marcação alta, velocidade pelas pontas e pressão constante. Logo aos oito minutos, Walter Clar avançou pela esquerda e cruzou para Neto Pessoa, que desperdiçou grande chance ao não conseguir dominar. Pouco depois, foi a vez de Marcinho exigir boa defesa de Marcelo Rangel em chute rasteiro.
O domínio era total. A dupla de laterais da Chape, Maílton e Walter Clar, funcionava como válvulas de escape, explorando a fragilidade defensiva do Remo pelos lados. Giovanni Augusto, maestro do meio de campo, quase abriu o placar aos 23 minutos com uma bomba da entrada da área que obrigou o goleiro azulino a se esticar todo para evitar o gol.
Apesar da pressão, o placar permaneceu zerado. Faltou capricho na finalização e sobrou trabalho para Rangel, que garantiu o empate até o intervalo.
Gol da Chape e expulsão que mudou tudo
Na volta do vestiário, o domínio da Chapecoense finalmente se converteu em gol. Com apenas um minuto, Maílton cruzou rasteiro da direita e Rafael Carvalheira, livre na área, completou de primeira: 1 a 0 para os donos da casa.
A vantagem parecia consolidar a superioridade catarinense. Mas o jogo mudaria completamente aos 27 minutos, com um lance que virou a chave da partida: Bruno Matias entrou com força desproporcional sobre Giovanni Pavani, recebeu cartão vermelho direto e deixou a Chape com um a menos.
Foi o combustível que o Leão precisava. Sentindo o momento, o técnico António Oliveira mexeu na equipe, lançou o time ao ataque e transformou os minutos finais em um verdadeiro bombardeio ao gol adversário.
Reação azulina e empate nos acréscimos
O Leão foi para cima com tudo. Aos 39, Sávio cruzou e quase marcou direto — mas Léo Vieira salvou. Pouco depois, Maxwell chutou cruzado após escanteio curto e o goleiro apareceu novamente.
Era ataque contra defesa. O Remo pressionava, insistia, martelava. Até que, já nos acréscimos, a insistência foi premiada. Régis recebeu na entrada da área e cruzou com precisão na segunda trave. Luan Martins surgiu como elemento surpresa e, de cabeça, estufou as redes para decretar o empate: 1 a 1.
O gol foi um grito de resistência. Um prêmio pela valentia de uma equipe que, mesmo longe de casa, se recusou a aceitar a derrota.
Classificação
Com o resultado, o Remo sobe temporariamente para a quarta colocação da Série B, com 24 pontos, ultrapassando o Avaí — que ainda joga contra o Athletic-MG. Já a Chapecoense, com 23 pontos, ocupa a sexta posição e lamenta a chance desperdiçada de entrar no G4.
O Remo mostrou que está vivo, competitivo e disposto a brigar pelo acesso. Se no primeiro tempo parecia atônito, sem respostas ao domínio catarinense, na etapa final despertou o espírito do Leão e buscou, com bravura, o resultado.
Foi só um ponto. Mas um ponto conquistado com alma. E pode fazer toda a diferença lá na frente.
RAIO X DA PARTIDA
Local: Arena Condá, em Chapecó/SC
Juiz: Márcio dos Santos Oliveira (CBF/AL)
Assistentes: Brígida Cirilo Ferreira (FIFA/AL) e Maria de Fátima Trindade (CBF/AL)
VAR: Rodolfom Toski Marques (FIFA/PR)
Cartões amarelos: Walter Clar, João Paulo e Giovanni Augusto (Chapecoense) | Luan Martins, Marcelinho e Pavani (Remo)
Cartão Vermelho: Bruno Matías (Chapecoense)
Gols: Rafael Carvalheira (29″ | 2ºT, Chape) | Luan Martins (50′ 2ºT, Remo)
Chapecoense: Léo Vieira; Victor Caetano, Doma e João Paulo; Maílton (Everton), Walter Clar (Mancha), Bruno Matias, Rafael Carvalheira (Pedro Victor) e Giovanni Augusto (Jiménez); Marcinho (Ítalo) e Neto Pessoa (Maílson). Técnico: Gilmar Dal Pozzo
Remo: Marcelo Rangel; Marcelinho, Klaus (Camutanga), Kayky Almeida e Sávio; Luan Martins, Pedro Castro (Cantillo) e Jaderson (Régis); Marrony (Maxwell), Adaílton (Pavani) e Janderson (Matheus Davó). Técnico: António Oliveira
Público : 7.487 torcedores
Renda: R$ 192.860,00
MELHORES MOMENTOS E GOLS:
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