Congresso engorda R$ 170 bi em emendas parlamentares e vira inimigo do povo

Enquanto escolas caem aos pedaços e hospitais lotam, deputados e senadores turbinaram seus cofres com emendas que cresceram R$ 170 bilhões em uma década — e ainda brigam no STF para manter o controle do dinheiro

Nos últimos dez anos, os parlamentares brasileiros transformaram as emendas em uma máquina de poder bilionária. São R$ 170 bilhões que alimentam a guerra por influência e votos, mas esvaziam investimentos essenciais para o povo. O pior é que tudo é feito para não dar transparência para a destinação das emendas. No meio do fogo cruzado, o governo tenta resistir, o Supremo tenta barrar abusos — mas quem sente no bolso é o cidadão.

Hospitais sem médicos, escolas sem estrutura, rodovias esburacadas. Enquanto isso, deputados e senadores comemoram: só nos últimos dez anos, as emendas parlamentares cresceram R$ 170 bilhões, garantindo a eles poder absoluto para despejar dinheiro onde bem entendem — muitas vezes de olho em redutos eleitorais, aliados políticos e barganhas de gabinete.

As emendas, que deveriam ser instrumento para ajustar o orçamento e beneficiar a população, viraram moeda de troca. Com o aumento desenfreado, o Congresso praticamente engessa parte do orçamento da União, tirando margem de manobra do governo para aplicar recursos onde realmente são necessários.

No meio desse jogo de forças, o STF tem sido obrigado a entrar em campo para tentar impor algum limite à farra. Recentemente, a Corte determinou maior transparência e questiona a legalidade de algumas manobras feitas para driblar as regras e garantir que cada parlamentar controle seu quinhão.

Enquanto isso, o governo Lula tenta conter a sangria: criou grupos de trabalho, articula acordos e planeja mudanças na forma de execução das emendas — mas esbarra na força política de quem controla o Congresso. Afinal, quem ousa mexer no cofre dos parlamentares pode enfrentar retaliações, CPIs relâmpago ou derrotas estratégicas em votações cruciais.

Quem paga essa conta? O contribuinte. A cada bilhão direcionado para uma obra que serve mais para render foto de campanha do que para resolver um problema real, faltam recursos para hospitais regionais, programas de habitação, combate à fome ou obras de infraestrutura de impacto nacional.

Enquanto isso, prefeitos e governadores fazem fila em Brasília, trocando apoios políticos por migalhas milionárias. E o povo, no final, é quem financia a festa — trabalhando, pagando impostos e esperando na fila do SUS.

A pergunta que fica é: até quando o Congresso vai agir como inimigo do povo, usando o orçamento como moeda de troca para se manter no poder? E até quando a população vai aceitar pagar essa conta em silêncio?