Lula cria comitê para avaliar sobretaxa de Trump e vai dialogar diretamente com empresários

Medida do governo dos EUA que impõe tarifa sobre produtos brasileiros mobiliza Executivo, que busca reverter impactos e fortalecer o comércio bilateral

Diante da decisão dos Estados Unidos de implementar uma sobretaxa sobre produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva instituiu um comitê especial para analisar as consequências econômicas da medida e traçar estratégias de resposta. O mandatário planeja ainda encontros pessoais com empresários para discutir alternativas e reforçar o diálogo comercial entre os países.

O anúncio recente do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, que determina uma sobretaxa sobre exportações brasileiras, acendeu o sinal de alerta em Brasília. A medida, que impacta setores estratégicos da economia nacional, mobilizou a criação de um comitê governamental voltado a avaliar os efeitos e buscar soluções para mitigar prejuízos.

O comitê será composto por representantes de ministérios ligados ao comércio exterior, economia e indústria, além de consultores técnicos. O objetivo central é entender a abrangência da sobretaxa e articular ações tanto no âmbito diplomático quanto econômico para contestar ou minimizar os efeitos das tarifas.

Além do trabalho interno, Lula se comprometeu a ampliar o diálogo com o setor produtivo do país. O presidente deve promover reuniões com empresários dos segmentos mais afetados, visando alinhar estratégias e ouvir sugestões para fortalecer a competitividade das exportações brasileiras frente às novas barreiras impostas.

A sobretaxa americana preocupa especialmente o agronegócio e a indústria manufatureira, que têm na exportação para os EUA uma parcela significativa de suas vendas. Segundo dados do Ministério da Economia, os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, representando cerca de 16% do total.

Economistas e representantes do setor produtivo alertam que, caso a tarifa se mantenha, pode haver uma retração nas vendas externas e impactos negativos no crescimento econômico e na geração de empregos. Por isso, a resposta do governo brasileiro tem sido rápida, buscando alternativas como a diversificação de mercados e o fortalecimento da indústria nacional.

O governo também estuda a possibilidade de levar o caso às instâncias internacionais de comércio, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), para contestar a legalidade da sobretaxa imposta unilateralmente pelos Estados Unidos.

Em meio às tensões comerciais, o presidente Lula reafirma o compromisso com a busca de soluções diplomáticas e econômicas que garantam a estabilidade e o crescimento do comércio exterior brasileiro, protegendo os interesses nacionais e os empregos gerados pelos setores exportadores.