Reações ao parecer da PGR que pede a condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe revelam polarização entre aliados e opositores no Congresso Nacional
O pedido formal da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete investigados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado gerou forte repercussão entre parlamentares nesta terça-feira (15/7). As manifestações variaram entre apoio enfático à Justiça e acusações de perseguição política, evidenciando o aprofundamento da polarização no cenário político brasileiro.
Pedido da PGR
Na noite de segunda-feira (14), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entregou ao STF um parecer de 517 páginas solicitando a condenação de Bolsonaro, do tenente-coronel Mauro Cid, e de outros seis nomes que fariam parte do “núcleo duro” de uma suposta trama para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Reações no Congresso
A notícia rapidamente provocou reações nas redes sociais e nos corredores do Congresso. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) foi direto:
“A cadeia vem aí. Não há mais como negar. O país viu o que aconteceu. É hora de responsabilizar quem tentou derrubar a democracia.”
Na mesma linha, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou:
“A PGR está correta. A tentativa de golpe não pode passar impune. O Brasil precisa encerrar esse ciclo de ataques institucionais com justiça.”
Defesa e críticas da oposição
Por outro lado, aliados de Bolsonaro reagiram com indignação. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou o parecer da PGR como “um espetáculo de perseguição descarada”:
“Querem transformar Bolsonaro em inimigo do Estado. Isso é vingança, não Justiça.”
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos mais ativos bolsonaristas nas redes sociais, também atacou a decisão:
“É mais uma etapa do projeto de criminalização da direita. Estamos vivendo um estado de exceção disfarçado de democracia.”
Clima político se agrava
O episódio reacende os ânimos entre governo e oposição, em um momento em que o Congresso já enfrenta embates sobre pautas econômicas, tributárias e sobre o papel das Forças Armadas. Parlamentares de centro temem que o processo contra Bolsonaro aumente a tensão nas ruas e complique votações importantes no segundo semestre.