Em Salinas, uma simples batata frita, muitas vezes queimada e sem sal, custando os dois olhos da cara. No Outeiro, bem mais em conta é verdade, no entanto, o problema é chegar, pois o Geladão – ou melhor, o quentão entupidão – já faz o povo clamar pela passagem voltar a ser cobrada: é muita gente! Já para Cotijuba, se não amanhecer no terminal, melhor ficar logo na fila pra ver se consegue embarque na semana que vem. E o Combu? Manjado? Dizem que nessas férias tem sido melhor se planejar para a próxima.
O Pará realmente parece estar na moda…até para os paraenses. Um amigo argumenta que, apesar dos pesares, vale a pena entrar no cheque especial para passar 2 horas tentando chegar no Atalaia, mais 2 h tentando estacionar, mais 2 h tentando encontrar um local onde o almoço não seja mais que 1 salário mínimo. Tudo porque lá se visualiza umas bundas que não são convencionais aos mortais.
De fato, esse deve ser um fator atraente para quando se é jovem, não um +30 que quer ser visto como jovem. Aliás, que brega ficar até de madrugada na frente daqueles paredões de som, sem conseguir conversar e com gente cuja religião é gravar um story que está em Salinas. Cancela esse rolê.
Por incrível que pareça, Outeiro tem praias belíssimas e relaxantes, ao contrário do que dizem os boatos, mas nesse período a ilha tem uma aura de confusão. Até nas blitzen da barreira da PM, parece que a qualquer momento o guarda vai te multar só porque não foi com sua cara ou excesso de feiura, algo assim.
O clima é tenso. O cara que vende camarão só falta te bater pra você comprar. É uma preocupação crônica. Crianças e jovens se divertem. 30+ ranzinzas, se questionam se não era melhor ter ficado no Netflix ou ter ido só até Icoaraci para bater uma foto no final da tarde.
A ilha de Cotijuba também é linda, mas sofre do mesmo mal que qualquer canto paradisíaco do mundo: muito turista para ir, muita gente queimada de sol e bêbada para voltar. Pensa no terror que é voltar naquele barco lotado e ter que atravessar a baía na hora do toró. Nessas horas não existe ateu. Vale a pena? Talvez sim, mas é melhor não, sabe?!
Quando eu era jovem, quase todos da minha rua viajavam e minha família “guardava” a rua por motivos de $$$. Hoje até que dá, mas acho que acostumei com essa parte da vida que eu não ia. O Chaves da vila. Graças a Deus. Nessas férias, “guardar” Belém nunca foi tão sábio. Deve fazer bem pra pele.
E outro amigo, também vai ficar por aqui porque não gosta de tumulto, então disse – com grande entusiasmo – que vai ficar para usar a tranquilidade do Parque da Cidade. Hahaha, eu conto ou vocês contam? Ingênuo.
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