Prefeito que matou policial a tiros durante vaquejada é preso em São Luís

O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier (PDT), foi preso na manhã desta terça-feira (15) em São Luís, após ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele é suspeito de matar a tiros o policial militar Geidson Thiago da Silva, no dia 6 de julho, durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale, interior do Maranhão.

O crime teria sido motivado por um desentendimento após o policial, conhecido como “Dos Santos”, pedir que o prefeito reduzisse o farol do carro, que estaria incomodando os presentes no evento. Segundo testemunhas, João Vitor reagiu com agressividade, sacou uma arma e atirou pelas costas do policial, que estava de folga.

A vítima foi socorrida e levada a um hospital em Pedreiras, mas não resistiu aos ferimentos. Geidson era lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão e foi sepultado em 8 de julho.

Prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier || policial militar Geidson Thiago da Silva — Foto: Arquivo pessoal

Prisão preventiva

A prisão de João Vitor foi autorizada pelo juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior, que justificou a medida como necessária para garantir a ordem pública e permitir a apreensão da arma usada no crime, ainda não localizada. Um dia antes, a polícia tentou cumprir o mandado de prisão na sede da prefeitura e na residência do prefeito em Igarapé Grande, sem sucesso.

Na manhã desta terça, João Vitor se entregou na sede da Polícia Civil, em São Luís. Após exame de corpo de delito no IML, ele foi encaminhado a uma unidade prisional. Apesar da prisão, o prefeito ainda não foi indiciado formalmente, mas responde a inquérito por homicídio qualificado.

Defesa alega legítima defesa, mas versão é contestada

A defesa do prefeito afirma que João Vitor atirou em legítima defesa, alegando que o policial militar teria sacado uma arma durante a discussão. No entanto, testemunhas e a Polícia Civil contestam essa versão, apontando que os disparos foram feitos pelas costas e que nenhuma arma foi localizada com o PM.

João Vitor declarou em depoimento que teria jogado a arma no local do crime, mas imagens de câmeras de segurança analisadas pela polícia não confirmam essa versão. Ele ainda afirmou que a arma, um revólver calibre .38, teria sido um presente de eleitor e que não possuía registro legal.

Licença remunerada e afastamento do cargo

Após o crime, João Vitor solicitou licença médica remunerada de 125 dias da prefeitura, alegando necessidade de cuidar da saúde mental e tratar problemas relacionados a uma cirurgia bariátrica. A Câmara Municipal de Igarapé Grande aprovou o pedido por unanimidade e a vice-prefeita, Maria Etelvina, assumiu o cargo interinamente.

Durante o período de afastamento, o prefeito segue recebendo o salário integral de R$ 13.256,08.

Investigação continua

O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Pedreiras, e a Polícia Civil afirma que as imagens do local do crime estão sendo periciadas. O delegado Diego Maciel reforça que o inquérito busca esclarecer todos os detalhes do crime, incluindo a localização da arma e a real dinâmica da execução. A investigação também considera o foro privilegiado do prefeito, que poderá ser julgado por instâncias superiores, caso seja denunciado.

Com informações de G1

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