Em meio a debates sobre o futuro do pirarucu no Pará, pescadores artesanais do Tapará comemoram uma conquista histórica. O Acordo de Pesca das comunidades da região foi formalmente entregue durante evento realizado pela Semas em Santarém, no campus da Ufopa.
O encontro, intitulado Pirarucu Legal: Desafios e Caminhos da Legislação no Pará, promoveu o diálogo entre pesquisadores, gestores, lideranças comunitárias e representantes de iniciativas sustentáveis. O objetivo é criar uma base legal para o manejo da espécie e impulsionar a bioeconomia local.
“A regulamentação da pesca manejada do pirarucu é uma demanda histórica das comunidades”, afirmou o secretário adjunto Rodolpho Bastos. Para ele, ao formalizar acordos como o do Tapará, o Estado avança na conservação da espécie e na valorização do modo de vida ribeirinho.
A Mesa 2, dedicada aos desafios do mercado sustentável, contou com experiências que vão da gastronomia ao reaproveitamento da pele do peixe, como o trabalho da startup Yara Couro da Amazônia e do chef Saulo Jennings. O debate reforçou o valor ecológico e econômico do pirarucu.
O pescador Ivaldo Pereira destacou o simbolismo da conquista. “A homologação é uma grande conquista, pois agora temos um instrumento jurídico que nos ampara na gestão dos estoques pesqueiros”, disse, emocionado com a formalização do acordo para sua região.
Já Rionaldo dos Santos, presidente regional de pesca do Tapará, falou em vitória após anos de luta. “Esse acordo vem trazer segurança para a nossa população, para os nossos pescadores e para o manejo do pirarucu”, celebrou, lembrando o longo processo até a formalização.
O representante comunitário Raimundo Augusto acredita que a nova legislação também beneficia o consumidor. “Com a regulamentação, vamos poder vender para Santarém e para outros estados com segurança, oferecendo um produto de qualidade e com origem garantida.”
O acordo contempla nove comunidades da região do PAE Tapará, assentamento criado em 2006 com foco no uso sustentável dos recursos naturais. A iniciativa conta com apoio do Programa Regulariza Pará e de entidades como a Sapopema e o Mopebam.
A expectativa agora é que a regulamentação estadual avance e sirva de suporte jurídico para consolidar o manejo sustentável do pirarucu em outras regiões do Pará, garantindo conservação ambiental e geração de renda para quem vive da pesca artesanal na Amazônia.
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O post Acordo de pesca no Tapará marca avanço na regulamentação do manejo do pirarucu apareceu primeiro em Estado do Pará Online.