Atraso na tarifa de Trump seria “bom para todo mundo”, diz Apex

O presidente da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Jorge Viana, defendeu novamente nesta 5ª feira (17.jul.2025) a ampliação do prazo para o início da tarifa de 50% dos Estados Unidos às importações brasileiras. Segundo ele, o movimento seria “bom para todo mundo”.

Viana participou de uma reunião com o vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). Falou a jornalistas depois do encontro.

“Se o prazo for estendido, por exemplo, fica bom para todo mundo. Porque dá tempo de conversar, de se entender, de ajustar, mesmo que seja em cima de uma tarifa fora do padrão”, declarou o chefe da Apex à imprensa.

A tarifa de Trump está marcada para começar em 1⁠º de agosto. Na prática, o governo brasileiro quer mais tempo antes de iniciar a incidência da taxa. A ideia é que sejam 90 dias a mais. Assim, ganha-se mais fôlego para negociar.

Viana mencionou o deficit comercial que o Brasil tem com os EUA desde 2009. Isso significa que os brasileiros mais compraram do que venderam aos norte-americanos no período.

Sobre as negociações, ele defendeu uma abordagem diferenciada porque a conversa com o governo Trump não seria “convencional”. Afirmou ser uma característica própria do republicano.

“Nada que a gente conhecia de maneira mais clássica e convencional funciona nesses tempos. O presidente dos EUA tem um jeito próprio de agir, muito concentrado. Temos que respeitar, é o presidente dos Estados Unidos. Mas temos que trabalhar nesse cenário.”

Jorge Viana mencionou como exemplo os entendimentos que os EUA tiveram com outros países sobre a guerra comercial. A China teve taxas acima de 100%, por exemplo.

“Os Estados Unidos deram prazo para alguns países. Recuaram a tarifa de outros. Para a China, chegou a discutir até 100% de aumento. No Brasil, um aliado de 200 anos, levando em conta o interesse meramente comercial, a gente pode ter um desfecho”, declarou.