PARÁ – Menor ladrão: “cadê a mãe desse menino?”

Uma moradora da Rua Marechal Rondon, no bairro Jardim Planalto, em Novo Progresso, sudoeste do Pará, registrou em vídeo o momento em que um adolescente tentava invadir sua residência. As imagens foram feitas pela própria vítima, que confrontou o jovem em flagrante e, indignada, questionou: “Cadê a mãe desse menino?” Faltou a mulher dizer, também: ” e o pai, onde anda?”.

Segundo o relato ao Folha do Progresso, o menor chegou a abrir a porta da casa, mas foi surpreendido pela moradora antes de entrar. Após rever as imagens das câmeras de segurança de vizinhos, a mulher constatou que o adolescente vinha rondando a rua há algum tempo, observando a movimentação das casas e aguardando o momento certo para agir.

Ainda conforme o jornal, moradores da região afirmam que o mesmo adolescente é reincidente em diversos furtos na cidade. Já foi apreendido várias vezes e acumula boletins de ocorrência, mas continua em liberdade. A sensação de impunidade revolta a população local, que se vê refém de uma insegurança crescente.

“A gente vive com medo. Não tem um local adequado para manter esses jovens infratores aqui em Novo Progresso. Eles são apreendidos, mas logo estão nas ruas de novo, cometendo os mesmos crimes. Isso precisa ter um fim”, desabafa a moradora.

Omissão do estado, colapso familiar

O caso é apenas mais um entre milhares que se multiplicam Brasil afora, revelando um cenário desolador: adolescentes em conflito com a lei, reincidentes em furtos e assaltos, que entram e saem de delegacias como se fosse um ciclo sem fim — porque, na prática, é.

A situação escancara duas tragédias simultâneas: de um lado, a omissão crônica do Estado, que se mostra absolutamente incapaz de implementar políticas sociais eficazes para acolher, educar e recuperar esses jovens.

Faltam centros socioeducativos com estrutura digna, programas de prevenção à criminalidade juvenil e investimentos sérios em educação e cultura nos bairros mais vulneráveis.

De outro lado, há um colapso da autoridade familiar. Onde estão os pais? Quem está cuidando da formação moral e emocional dessas crianças e adolescentes? Muitos crescem em lares sem referência, sem limites, sem afeto — ou com excesso de negligência.

Quando a mãe é questionada no vídeo, a pergunta não é retórica: ela expressa a perplexidade de uma sociedade que está pagando um preço alto por anos de abandono, inclusive dentro de casa.

É urgente que o poder público e a sociedade civil enfrentem esse problema de frente, com pulso firme e consciência social. Não basta apenas exigir segurança — é preciso investir na raiz da violência, antes que mais vidas (inclusive as dos próprios adolescentes) sejam tragadas pela criminalidade.

Se nada for feito, o futuro de muitos desses jovens será uma sentença repetida à exaustão no Brasil: cadeia ou caixão.

EM VÍDEO, O DESABAFO DA MORADORA:

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