Circulou no mercado nesta 5ª feira (17.jul.2025) a notícia de que a direção da Petrobras estaria analisando a possibilidade de voltar ao mercado de varejo de combustíveis.
A proposta estaria em discussão para o plano estratégico 2026-2030 para resolver o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem chamado de “enganação ao consumidor brasileiro”. O presidente afirma ser impossível que os preços se mantenham altos nos postos de combustíveis enquanto a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, faz sacrifícios para baixar os preços.
“O nosso óleo diesel hoje, e a nossa gasolina estão mais baratos do que quando nós entramos na presidência. Aqueles que dizem que está caro precisam levar em conta que mesmo quando a Petrobras baixa, muitos postos de gasolina não reduzem o preço”, declarou durante evento da Petrobras no início de julho.
A estatal saiu do segmento varejista há 4 anos, quando vendeu a BR Distribuidora, hoje operada pela Vibra Energia. O processo de privatização foi iniciado em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). A privatização foi concluída em 2021, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda não está definido se a medida envolveria uma tentativa de renacionalização total da Vibra ou a aquisição de uma participação na empresa. A Vibra opera lojas de conveniência e distribui combustíveis para cozinha e outros derivados de petróleo.
Segundo a Reuters, duas fontes familiarizadas com o assunto disseram que a Petrobras não tem planos de voltar a vender combustível no varejo. A estatal tem uma cláusula de não concorrência com a Vibra até 2029. O que impediria a mudança.
A Vibra Energia informou que não comentará a questão. A Petrobras, procurada por este jornal digital, não comentou o assunto. O espaço segue aberto para manifestação da estatal.
O QUE MUDARIA
A estatal vende para distribuidoras –como Vibra Energia (ex-BR Distribuidora), Ipiranga e Raízen– que, por sua vez, abastecem postos e grandes consumidores.
Com a reentrada da petroleira nesse segmento, essas empresas privadas podem enfrentar maior concorrência e pressão sobre as margens de lucro.
O movimento seria uma forma de ampliar a competição e reduzir as disparidades regionais nos preços dos combustíveis. Demanda recorrente do governo federal.
VIBRA ENERGIA
As ações da Vibra Energia (VBBR3) registraram queda de 2,22% no fechamento do mercado desta 5ª feira, segundo o portal financeiro Investing.
O movimento se dá no mesmo dia em que circula a informação de que a Petrobras estaria analisando a possibilidade de voltar ao mercado de varejo de combustíveis como tentativa de resolver a disparidade entre os preços praticados no atacado e os valores cobrados nos postos de combustíveis.
Eis como se comportaram as ações da Vibra Energia. Clique aqui para abrir o gráfico em outra aba: