Na última terça-feira (16), uma operação conjunta envolvendo Polícia Federal, ICMBio, Ibama e Força Nacional foi deflagrada para combater o avanço do garimpo ilegal na região de Igarapé Gelado, em Parauapebas, sudeste do Pará, nas proximidades da Floresta Nacional de Carajás.
As equipes, após intensa incursão em área de difícil acesso, localizaram um grande esquema de exploração clandestina de ouro. No local, foram encontrados maquinários pesados, motores estacionários, acampamentos e cavas abertas para extração mineral. Diante da impossibilidade de remoção, seis escavadeiras hidráulicas, dez motores-bombas e cerca de quatro mil litros de combustível foram inutilizados, conforme prevê a legislação ambiental.
Com base em dados de georreferenciamento, estima-se que a área degradada pelo garimpo ilegal se estenda por aproximadamente 8 quilômetros. A atividade tem provocado sérios impactos ambientais: sedimentos e rejeitos contaminados por mercúrio estariam sendo lançados nos cursos d’água da região, especialmente no Rio Azul, afluente do Itacaiúnas, que deságua no Rio Tocantins.
A Polícia Federal informou que inquéritos estão em andamento para identificar os responsáveis e apurar os danos ambientais, que incluem riscos à fauna aquática e à saúde das comunidades locais.
Um vídeo que circula nas redes sociais, gravado por um morador da região do Contestado, reforça a gravidade da situação. Nas imagens, dezenas de peixes aparecem mortos às margens de um rio supostamente impactado pelo garimpo ilegal. O autor da gravação denuncia a contaminação e cobra providências urgentes das autoridades.
O caso evidencia um problema recorrente na Amazônia brasileira: o avanço do garimpo ilegal sobre áreas protegidas, gerando impactos socioambientais severos, poluição por mercúrio e ameaça à biodiversidade. Especialistas alertam que a falta de fiscalização contínua e políticas públicas eficazes favorece a expansão dessas atividades, que prosperam impulsionadas pelo alto valor do ouro e pela vulnerabilidade social das comunidades envolvidas. Além do dano ambiental, o garimpo ilegal alimenta redes criminosas e agrava conflitos fundiários, criando um ciclo de degradação ambiental e exclusão social.
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