Presidente da Síria diz não temer a guerra após ataques de Israel

O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, declarou nesta 5ª feira (17.jul.2025) que proteger os cidadãos drusos e seus direitos é a “prioridade” de sua gestão. A declaração se deu depois de uma série de ataques aéreos israelenses contra prédios do governo sírio –incluindo o Ministério da Defesa e o quartel-general do Exército. Os bombardeios foram realizados na província de Sweida.

Em sua 1ª declaração televisionada, Ahmed al-Sharaa se dirigiu aos cidadãos drusos dizendo: “Nós não estamos entre aqueles que temem a guerra. Nós passamos a vida enfrentando desafios e defendendo o nosso povo, mas colocamos os interesses dos sírios acima do caos e da destruição”. Ele declarou que o povo sírio está pronto para lutar caso sua dignidade seja ameaçada. As informações são da agência Reuters.

Descrevendo os novos governantes da Síria como jihadistas mal disfarçados, Israel afirmou que não permitirá que eles enviem forças para o sul da Síria. Também prometeu proteger a comunidade drusa da região de ataques, incentivado por apelos da própria minoria drusa de Israel –que representa cerca de 2% da população do país.

Os Estados Unidos disseram que os combates cessariam em breve. “Entramos em contato com todas as partes envolvidas nos confrontos na Síria. Concordamos com as medidas específicas que vão pôr fim a esta preocupante e terrível situação nesta noite”, disse o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nas redes sociais.

Ex-integrante da Al Qaeda, Ahmed al-Sharaa iniciou na noite de 4ª feira (16.jul) a retirada de suas tropas de Sweida, região de maioria drusa. A província foi palco de 5 dias de confrontos intensos. A decisão foi tomada depois da pressão da comunidade drusa israelense, que exigia uma resposta militar do governo israelense à ofensiva síria.

A retirada fez parte de um acordo de cessar-fogo firmado entre o regime e figuras importantes da liderança drusa local. Pelo acordo, será mantida na região apenas presença policial, que será liderada pela comunidade. A segurança interna passa a ser responsabilidade das próprias forças drusas da região.