Mark Zuckerberg e 10 executivos da Meta respondem a processo de US$ 8 bilhões que os acusa de negligenciar a supervisão de práticas de coleta de dados no Facebook. O julgamento começou na 4ª feira (16.jul.2025) em Wilmington, Delaware, e deve durar até 25.jul.2025.
Um grupo de acionistas da Meta afirma que Zuckerberg e ex-executivos transformaram o Facebook em uma operação ilegal de coleta de dados. O grupo pede reembolso de multas e custos legais superiores a US$ 8 bilhões pagos pela empresa para resolver violações de privacidade.
O caso teve início em 2018, quando se descobriu que a Cambridge Analytica acessou dados de milhões de usuários do Facebook. A consultoria política, já extinta, usou essas informações durante a campanha presidencial de Trump em 2016.
Jeffrey Zients, ex-diretor da Meta e atual chefe de gabinete da Casa Branca, foi o 1º a depor. Ele defendeu que o acordo de US$ 5 bilhões com a Federal Trade Commission (FTC) em 2019 priorizou o crescimento da empresa, não a proteção de Zuckerberg, que foi excluído como réu. “Não havia indicação de que ele tivesse feito algo errado”, disse Zients sobre o CEO. Ele afirmou que a FTC inicialmente buscava “dezenas de bilhões de dólares”, mas aceitou o valor menor.
Entre os 11 réus estão o investidor Marc Andreessen, ainda no conselho, e ex-conselheiros como Peter Thiel, cofundador da Palantir Technologies, e Reed Hastings, cofundador da Netflix.
O processo é considerado pioneiro no tipo “Ação Caremark”, que trata de falha consciente do conselho em supervisionar a gestão. Esse tipo de ação é uma das mais difíceis de provar no direito societário de Delaware.
A juíza Kathaleen McCormick, que anulou o pacote salarial de US$ 56 bilhões de Elon Musk na Tesla, preside o caso. A decisão sobre responsabilidade e indenizações deve sair meses após o fim do julgamento.
A Meta, que não é ré no processo, afirma ter investido bilhões em proteção de privacidade desde 2019.