Manifestantes protestaram na rua 25 de Março nesta 6ª feira (18.jul.2025) contra a investigação comercial dos Estados Unidos que incluiu a região entre os principais centros mundiais de produtos falsificados e questionou o sistema Pix. Cerca de 90 pessoas participaram do ato.
O protesto foi puxado pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo e reuniu manifestantes com bandeiras do Brasil e faixas contra o presidente americano Donald Trump (Partido Republicano) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O protesto responde ao relatório do USTR (Escritório do Representante do Comércio dos EUA) divulgado em 15.jul.2025, que abriu investigação comercial contra o Brasil. O documento critica políticas brasileiras que supostamente prejudicam empresas americanas nos setores de pagamentos digitais e comércio eletrônico.
A Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março) não apoiou a manifestação por considerar que ela não contribui para resolver o impasse diplomático.
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) e do Sindicato dos Comerciários, disse ao Poder360 que o protesto foi uma iniciativa dos comerciários de São Paulo. Ele disse que a organização conversou com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) depois do anúncio das sobretaxas americanas.
“Essa é uma questão de iniciativa dos comerciários de São Paulo e foi agregada com outros sindicatos que usaram a força sindical que está aí conosco. Não é uma questão ideológica com o presidente da república, apesar do respeito pela sua indignação”, afirmou.
O presidente do PCdoB, Alcides Amazonas, rejeitou as acusações americanas sobre a região comercial. “Aqui tem 3.000 lojistas que pagam impostos, que empregam, que tem carteira assinada e ele tá dizendo que isso aqui tá prejudicando a economia”, disse.
Amazonas também defendeu o sistema de pagamentos brasileiro. “O Pix é uma conquista do nosso país, do povo, é um instrumento de pagar. E ele também tenta interferir aqui no Pix e nós estamos dizendo Trump tira as mãos da 25 de março e tira a mão dos nossos Pix, que é uma conquista do nosso povo”, disse.
A investigação americana foi lançada durante negociações do governo federal para minimizar os impactos de uma taxação de 50% anunciada por Trump. Uma audiência pública sobre o caso está marcada para 3.set.2025.