Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência da PRF (Polícia Rodoviária Federal), disse que o ex-diretor-geral da corporação Silvinei Vasques “procurou” o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em 2022 para “esclarecer a atuação da PRF” depois de “saírem notícias negativas”.
A declaração foi dada nesta 6ª feira (18.jul.2025) durante depoimento ao STF. Reischak é testemunha de defesa de Silvinei Vasques, um dos réus do chamado núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado.
As “notícias negativas” mencionadas pelo ex-diretor são uma referência à cobertura da imprensa sobre os bloqueios por parte da PRF em uma tentativa de impedir ou dificultar o deslocamento de eleitores durante o 2º turno em 2022. Reischak é um dos 5 agentes indiciados pela PF (Polícia Federal) em janeiro deste ano no caso.
Quando questionado pela defesa de Vasques sobre a atuação da PRF, Reischak disse que, no dia do 2º turno, houve uma reunião para tratar sobre a operação Transporte Seguro. Segundo ele, havia um relato de transporte de dinheiro para a compra de votos e que uma ação seria desenvolvida nos próximos dias.
Reischak não falou o nome do candidato para o qual os supostos votos comprados iriam e também não disse se a reunião com Moraes foi realizada. Na época das eleições, o ministro era o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
De acordo com o Valor Econômico, o encontro entre os 2 se deu em dia 30 de outubro, dia do 2º turno. Moraes teria exigido explicações sobre as operações da PRF, especialmente em locais do Nordeste onde o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no 1º turno.
O ministro também teria ameaçado Silvinei de prisão e de uma multa pessoal de R$ 100 mil caso o desbloqueio não fosse feito. Também teria dito que o afastaria imediatamente das funções, e que realizaria uma prisão em flagrante por desobediência e crime eleitoral.