Devedor ou credor? Gado vira moeda de morte brutal em Uruará

O empresário Osvaldo José Vidal, proprietário do Frigorífico Tapajós, foi assassinado de forma brutal na manhã desta quinta-feira (17), dentro das instalações do próprio estabelecimento, localizado a cerca de 4 quilômetros do centro de Uruará, no sudoeste do Pará. O crime chocou a população local pela violência e frieza com que foi executado.

Segundo informações preliminares apuradas pelas polícias Civil e Militar, dois homens — criadores de gado e supostamente credores de uma dívida de cerca de R$ 70 mil relacionada à venda de bovinos para o frigorífico — são apontados como os autores do homicídio. Os nomes dos suspeitos ainda não foram divulgados oficialmente. Sabe-se apenas que seriam pai e filho, também fazendeiros.

Testemunhas relataram que os dois suspeitos compareceram ao frigorífico pela manhã para cobrar o valor pendente. Entre os que presenciaram a cena, estava o filho da vítima, Gabriel Silva Vidal, que também é sócio do negócio. A abordagem rapidamente evoluiu para uma discussão intensa, iniciada dentro do escritório da empresa.

Durante o conflito, Osvaldo foi atacado com golpes de faca e, mesmo ferido, conseguiu sair do local. No entanto, foi perseguido, alvejado com disparos de arma de fogo e morto com mais golpes brutais. A execução ocorreu dentro do próprio frigorífico.

Logo após o assassinato, os criminosos fugiram e, até o momento, seguem foragidos. Equipes da polícia se dirigiram até os endereços ligados aos suspeitos, mas não os encontraram. A autoridade policial responsável pelo caso já solicitou à Justiça a decretação da prisão preventiva dos envolvidos. O inquérito segue em andamento.

Esse crime escancara o clima de tensão e impunidade que ainda permeia certas regiões do interior do Pará, onde disputas comerciais ou dívidas mal resolvidas podem terminar em tragédia. A crueldade com que o empresário foi morto — a faca e depois a bala — evidencia um comportamento violento e premeditado por parte dos suspeitos, o que exige uma resposta rápida e firme das autoridades.

Também chama atenção o fato de o crime ter ocorrido em pleno horário comercial, dentro de um espaço de trabalho, diante de testemunhas, inclusive um familiar da vítima. Esse tipo de violência não pode ser tratado apenas como mais um caso de homicídio: é um reflexo das falhas estruturais no sistema de justiça, na mediação de conflitos econômicos e na garantia da segurança pública em municípios afastados dos grandes centros.

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