O ex-ministro das Finanças da Espanha Cristóbal Montoro e outras 27 pessoas estão sendo investigados sob suspeita de participarem de um esquema de tráfico de influência que teria movimentado pelo menos 11 milhões de euros.
Segundo reportagem publicada na 5ª feira (18.jul.2025) pelo jornal britânico The Guardian, a investigação mostra que grandes empresas do setor energético teriam feito pagamentos em troca de políticas governamentais favoráveis ao setor de 2008 a 2015.
O caso atinge o PP (Partido Popular), de centro-direita, principal força de oposição espanhola, em um momento em que a legenda intensificava críticas ao governo socialista de Pedro Sánchez por supostos casos de corrupção.
Segundo a investigação policial conduzida pelo juiz Rubén Rus, Montoro estabeleceu um grupo denominado “equipe econômica”, um escritório de advocacia vinculado ao Ministério das Finanças. Esse escritório é suspeito de receber propinas de empresas de gás e outras companhias energéticas.
O relatório judicial do caso indica que “a equipe econômica recebeu grandes comissões em troca de sua capacidade de influenciar poderes legislativos e executivos” durante o governo do então primeiro-ministro Mariano Rajoy.
Ainda não se conhece a extensão total do esquema nem se outros setores além do energético estavam envolvidos. Também não está claro se outros integrantes do governo Rajoy, além de Montoro, participaram ativamente do esquema.
Montoro deixou o PP na 5ª feira (17.jul.2025) e emitiu um comunicado afirmando que “não há prova de nenhuma das acusações”.