O boletim semanal InfoGripe, divulgado na 5ª feira (17.jul.2025), pela Fundação Oswaldo Cruz, indica diminuição do número de casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) na maior parte do país, embora permaneçam altos.
O estudo também mostra que crianças pequenas são as mais afetadas pela SRAG, com o VSR (vírus sincicial respiratório) como principal causador.
A análise verificou que, entre os idosos, a influenza A é a principal responsável por hospitalizações e mortes. Desde o início do ano, 7.660 pessoas morreram vítimas de SRAG no Brasil.
A pesquisadora do InfoGripe Tatiana Portella disse que, apesar da diminuição dos casos de SRAG associados à influenza A e VSR na maior parte do país, a incidência de SRAG continua elevada. “Por isso a vacina contra a gripe é fundamental para que a gente consiga reduzir ainda mais o número de casos graves provocados pelo vírus”, afirmou.
Os dados mostram que o VSR segue como o principal vírus associado aos casos de SRAG em crianças pequenas, seguido do rinovírus e da Influenza A. Nos idosos, a Influenza A é o principal motivo de hospitalizações e óbitos por SRAG. O vírus também se destaca na incidência e mortalidade nas crianças pequenas.
Embora o rinovírus supere a influenza A em número de internações entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o VSR continua sendo o principal responsável por casos graves em crianças.
Apesar de apresentar sinais de estabilização ou redução em alguns locais, os casos associados ao VSR permanecem em níveis elevados de incidência na maioria dos Estados, com exceção do Piauí, Tocantins e Distrito Federal, onde a situação apresenta melhora.
Mortes entre idosos
A mortalidade por SRAG é mais elevada entre os idosos, especialmente por causa da influenza A, que segue como a principal causa de hospitalizações e óbitos nessa faixa etária. Apesar da tendência geral de redução, há sinais de retomada do crescimento de casos de SRAG em idosos em Minas Gerais e no Pará, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável por esse aumento nesses Estados.
Entre as unidades da Federação, os casos de SRAG nos idosos associados à influenza A seguem em níveis de incidência de moderado a alto na maioria das unidades da região Centro-Sul (exceto Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro), além de alguns Estados do Norte (Amapá, Pará, Rondônia e Roraima) e do Nordeste (Alagoas, Sergipe, Maranhão e Paraíba).
Estados
Todas as 27 UFs apresentaram tendência de queda ou estabilidade nos casos de SRAG nas últimas 6 semanas. No entanto, a maioria delas ainda registra incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, com destaque para:
- Norte – Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima;
- Nordeste – Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe;
- Centro-Sul – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar de a maioria dos Estados apresentarem tendência de queda, Roraima é o único onde ainda há aumento de SRAG nas crianças pequenas, associado ao VSR. Na Paraíba, observa-se aumento de SRAG nos idosos, associado à influenza A.
Em Alagoas, há sinais de retomada do crescimento de SRAG em crianças, também associado ao VSR. Além disso, Minas Gerais e Pará mostram indícios de retomada ou início de aumento de SRAG nos idosos, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável.
Observa-se um leve aumento de síndrome respiratória aguda grave por covid-19 entre os idosos no Rio de Janeiro, porém sem impacto no total de hospitalizações.
“Esse aumento ainda é leve. Precisamos aguardar para ver se ele vai se sustentar. Reforçamos a importância da vacinação contra a covid-19, fundamental para mantermos baixos os níveis de hospitalizações e mortes caso ocorra uma nova onda. Lembrando que alguns grupos como idosos e imunocomprometidos precisam tomar doses de reforço a cada seis meses”, disse Tatiana Portella.
Mortes no país
Até agora, em 2025, houve 7.660 óbitos por SRAG no país. Destes, 4.112 (53,7%) foram positivos para algum vírus respiratório, 2.828 (36,9%) tiveram resultado negativo e 154 (2%) ainda aguardam confirmação laboratorial.
Do total de mortes, a maioria (54,7%) foi causada por influenza A, seguida por covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).