Pesquisa conduzida por Maximillian Kotz do BCN (Centro de Supercomputação de Barcelona) identificou que condições climáticas severas causaram aumentos nos preços de alimentos em 18 países. De acordo com o estudo, publicado na 2ª feira (21.jul.2025), a produção de café no Brasil foi afetada por ondas de calor e seca no último ano. Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
A investigação analisou 16 casos em que eventos climáticos extremos de 2022 a 2024 provocaram picos nos valores de produtos básicos. Os fenômenos foram descritos como “tão extremos que excederam todos os precedentes históricos anteriores a 2020”.
Segundo o estudo, o ano de 2024 foi registrado como o mais quente da história, com temperaturas mundiais superando 1,5°C acima dos níveis pré-industriais pela 1ª vez. O aumento dos preços dos alimentos foi a 2ª consequência mais citada das mudanças climáticas experimentadas globalmente, ficando atrás apenas do calor extremo.
Embora a redução na produção devido a extremos climáticos seja consistentemente o gatilho desses eventos, o estudo reconhece que fatores socioeconômicos podem influenciar a resposta dos preços.
“Isso ressalta a necessidade e a urgência de mitigar as emissões de gases de efeito estufa, os aumentos associados de extremos climáticos e as consequentes interrupções na produção de alimentos. Aumentos subsequentes nos preços dos alimentos podem atuar como um catalisador a partir do qual novos riscos se materializam em uma série de setores importantes da sociedade”, afirma a pesquisa.