Mundo tem apenas 3 anos para evitar piores efeitos da crise climática, alerta estudo

Imagem com temperaturas de até 54 °C na superfície mostra avanço da onda de calor no sul da Europa e Norte da África. Temperaturas extremas são consequências do aquecimento global. — Foto: Dados do Copernicus Sentinel (2025), processados ​​pela ESA

Um novo estudo liderado por cientistas climáticos revela que a humanidade tem apenas três anos para evitar os impactos mais devastadores das mudanças climáticas. O relatório mostra que o aquecimento global já atingiu 1,36°C em 2024, aproximando-se perigosamente do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Caso as emissões continuem no ritmo atual, a cota restante de carbono será esgotada até 2027, levando a eventos extremos mais frequentes, como ondas de calor, secas e enchentes. A África é uma das regiões mais afetadas, enfrentando sua pior crise climática em mais de uma década.

Apesar da urgência, a maioria dos países não cumpriu o prazo para apresentar planos climáticos atualizados à ONU. Até agora, apenas 25 nações – incluindo Somália, Zâmbia e Zimbábue – enviaram suas metas de redução de emissões, representando apenas 20% do total global. Dentre esses, apenas o Reino Unido apresentou um plano alinhado com o Acordo de Paris. Enquanto isso, grandes emissores, como China, EUA e Índia, ainda não definiram compromissos claros para abandonar os combustíveis fósseis, essenciais para frear o aquecimento global.

Diante do cenário crítico, a ONU organizará a Semana Climática em setembro, na Etiópia, para discutir financiamento e uma transição justa para energias limpas, especialmente nos países em desenvolvimento. No entanto, a lentidão das ações globais preocupa: apenas cinco nações do G20 – responsável por 80% das emissões – apresentaram metas para 2035. A presidência atual do bloco, sob a África do Sul, pode ser crucial para pressionar por medidas concretas, mas o tempo está se esgotando rapidamente.

Somos cientistas climáticos, e um de nós (Piers Forster) lidera a equipe de ciência global que publica o relatório anual Indicadores de Mudança Climática Global. Este relatório oferece uma visão geral do estado do sistema climático. Ele é baseado em cálculos das emissões líquidas de gases de efeito estufa globalmente, como estes estão se concentrando na atmosfera, como as temperaturas estão subindo no solo e o quanto desse aquecimento foi causado por humanos.

Os cientistas alertam que, mesmo que o mundo consiga reduzir as emissões no futuro, os efeitos já em curso serão difíceis de reverter. A janela para evitar catástrofes irreversíveis está se fechando, e cada tonelada de carbono emitida agrava a crise. A esperança agora está na COP30, em 2025, onde os países terão a última chance de apresentar planos ambiciosos antes que seja tarde demais. O relatório deixa claro: ou a humanidade age agora ou enfrentará consequências devastadoras em um planeta cada vez mais inóspito.

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