O presidente de El Salvador, Nayib Bukele (Nuevas Ideas, direita), criticou, na 2ª feira (21.jul.2025), o governo de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) depois de o Ministério Público da Venezuela abrir uma investigação por supostos abusos contra imigrantes venezuelanos em prisões salvadorenhas. Os detidos foram libertados depois de um acordo com os Estados Unidos.
“O regime de Maduro estava satisfeito com o acordo de troca; por isso o aceitou. Agora, eles estão gritando e se indignando, mas não porque estejam em desacordo com o trato, e sim porque acabam de perceber que ficaram sem reféns do país mais poderoso do mundo [EUA]”, declarou Bukele na rede social X.
Na 6ª feira (18.jul), os 252 imigrantes venezuelanos detidos no Cecot (Centro de Confinamento do Terrorismo), em El Salvador, foram repatriados para a Venezuela.
O retorno se deu depois de uma troca de prisioneiros entre os governos de Donald Trump (Partido Republicano) e Maduro. O acordo resultou na libertação de 10 cidadãos e residentes dos Estados Unidos e 80 pessoas classificadas como “presos políticos” pelo governo venezuelano.
Na 2ª feira (21.jul), o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), anunciou que abriu uma investigação contra Bukele por “maus-tratos” aos imigrantes venezuelanos presos no país.
Saab acusa El Salvador de “torturar” os imigrantes levados em março ao Cecot, megaprisão destinada a integrantes de gangues. O Ministério Público da Venezuela entrevistou os 252 imigrantes libertados, que relataram maus-tratos.
Os relatos dos presos incluem acusações de agressões físicas e abusos sexuais nas celas, com pouca luz e ventilação e em condições “desumanas”.
“Faço um apelo ao Tribunal Penal Internacional, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, aos organismos correspondentes, tanto da América quanto do mundo, para que façam o mesmo”, disse Saab.