O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já reservou R$ 10,1 bilhões em emendas a congressistas em 2025, segundo os dados mais atualizados do Siop (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento), de 2ª feira (21.jul.2025). Desse total, 92,2% foram empenhados só nos últimos 30 dias.
A destinação dos recursos começou a ser feita de forma mais intensa a partir de junho, depois de muitas reclamações de deputados e senadores. No ano que vem, 2026, há eleição e os congressistas querem ter obras para mostrar aos eleitores –seja para se reeleger ou para ajudar aliados.
O Executivo diz que o dinheiro atrasou neste ano porque a Lei Orçamentária Anual demorou para ser aprovada (só no fim de março).
A reserva de recursos para o Congresso até agora representa 20% dos R$ 50,3 bilhões separados para o ano todo. Quando se trata só do pagamento em si das emendas, o valor liberado até agora em 2025 é muito menor do que o empenhado: R$ 3,8 bilhões (7,6% do total), como mostra o gráfico abaixo:
EMPENHO X PAGAMENTO
A fase do empenho é diferente do pagamento.
O empenho é o 1º estágio da execução da despesa pública. É quando o governo formaliza que reservará uma parcela do dinheiro disponível no Orçamento para o projeto proposto por algum deputado ou senador.
Depois do empenho, o valor é, de fato, reservado. Funciona como um seguro da autoridade de que o pagamento será feito. Com isso, o serviço indicado por uma emenda pode ser contratado –na expectativa de que o pagamento vai de fato ocorrer em algum momento.
Depois do empenho vem o estágio da liquidação –quando o governo reconhece que o serviço contratado foi entregue– e, por último, o pagamento propriamente dito, com a liberação da verba na conta de quem executou o serviço.
PARTIDOS QUE + GANHAM
O PL, o PT, o PSD, o União Brasil e o MDB são as únicas siglas que, até agora, têm mais de R$ 1 bilhão em emendas reservadas. As legendas são seguidas de PP e Republicanos no ranking dos partidos com mais dinheiro empenhado.