O FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) registrou queda em todos os tipos de roubos e aumento nos casos de estelionato no Brasil durante 2024. Os dados foram divulgados nesta 5ª feira (24.jul.2025) no Anuário de Segurança, que mapeia os registros criminais das secretarias de segurança dos 26 estados e do Distrito Federal. Eis a íntegra (PDF – 15,6MB)
Crime caracterizado por levar algo à força ou com ameaça, o roubo atingiu o menor patamar desde o início da pesquisa em 2011. Já o estelionato, que consiste em enganar alguém para obter dinheiro ou vantagem, cresceu 8% no último ano. Os golpes por meio eletrônico aumentaram em 17%.
A comparação dos últimos 6 anos mostra uma transformação no perfil dos crimes patrimoniais (aqueles que atingem o patrimônio de alguém): os estelionatos cresceram 408%, passando de 426.799 casos para 2.166.552, enquanto os roubos caíram pela metade, reduzindo de 1.506.151 para 745.333 ocorrências.
A transformação começou a se consolidar a partir de 2020, com o início da pandemia de Covid-19. Os estelionatos online cresceram 133% em apenas 3 anos, saltando de 120.470 registros em 2021 para 281.206 em 2024.
Entre os crimes patrimoniais que apresentaram queda em 2024 estão:
- Roubos e furtos de veículos (-7,5%)
- Roubos e furtos de celulares (-13%)
- Roubos a estabelecimentos comerciais (-24%)
- Residências (-19%)
- Transeuntes (-23%)
- Instituições financeiras (-17%)
- Cargas (-14%)
- Roubos em geral (-15%)
- Receptação (-7%)
Apesar da redução nos registros de roubos e furtos de celulares, o número de aparelhos subtraídos em 2024 ainda supera 917 mil unidades. As polícias brasileiras conseguiram recuperar apenas 8% deles, o equivalente a 1 em cada 12 aparelhos.
Esses roubos ocorrem principalmente às 5ª e 6ª feiras, nos horários em que as pessoas estão indo para o trabalho (entre 6h e 8h) ou voltando para casa (19h a 20h). Quanto ao período do dia, 41% dos roubos são registrados entre 18h e 23h.
Os furtos acontecem com maior incidência nos finais de semana, representando 34% dos casos, sendo 18% aos sábados e 16% aos domingos. Os horários de maior ocorrência são a partir das 10h da manhã e novamente às 18h.