Menos de duas semanas depois de uma “trégua” com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticá-lo publicamente.
Em postagem no X nesta 4ª feira (21.jul.2025), o filho do ex-presidente marcou Tarcísio e questionou: “Por que o Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL?”.
O estopim desta vez foi um vídeo publicado pelo deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil), que faz parte do do MBL (Movimento Brasil Livre).
No conteúdo publicado, Zacarias –também vice-líder do governo paulista na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)– explica por que “critica” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
No caso de Bolsonaro, a crítica foi ao veto do ex-presidente a um projeto que limitava o tempo de validade de liminares do STF. Zacarias mbém se queixou da indicação de Kássio Nunes Marques ao Supremo.
O também deputado estadual Gil Diniz (PL-SP), aliado da família Bolsonaro, reagiu ao vídeo: “O vice-líder do governador está mentindo mais uma vez sobre o presidente Jair Bolsonaro”.
A partir da crítica de Diniz, Eduardo Bolsonaro entrou na discussão:
“Por que o Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL, um grupo que defende a minha prisão, a prisão de meu pai, a prisão de jornalistas exilados, gente que ficou anos sem ver os filhos como o @allanconta5 (Allan dos Santos)?”
EDUARDO X TARCÍSIO
A declaração mostra que a trégua anunciada recentemente parece ter chegado ao fim.
Em entrevista ao Poder360 no último dia 15.jul, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse ter intervindo para pacificar a relação entre o filho e o governador. “Está tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente”, afirmou.
Nos bastidores, porém, a tensão persiste desde a postura adotada por Tarcísio diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
O governador chegou a criticar o governo Lula, mas depois adotou um tom mais moderado e desagradou o núcleo bolsonarista.
Eduardo chegou a acusar Tarcísio de “subserviência servil às elites” e afirmou que a postura do governador enfraquece a pressão internacional por uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro –tema citado pelo ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano) ao justificar o aumento das tarifas.
A reaproximação mediada por Jair Bolsonaro envolveu telefonemas diretos e até um encontro intermediado pelo comentarista Paulo Figueiredo. Na ocasião, Eduardo afirmou que ambos, ele e Tarcísio, atuavam com “as melhores intenções”.
Fora das urnas em 2026, Bolsonaro não tem interesse em desgastar a relação com o governador, um dos principais candidatos da direita, já que pode depender dele para preservar sua influência e viabilizar um sucessor competitivo.
O novo embate, no entanto, indica que a paz entre a família Bolsonaro e Tarcísio ainda é instável.