A 1ª edição da Copa do Mundo de Clubes da Fifa marcou uma virada na história do futebol. Realizado nos Estados Unidos entre junho e julho de 2025, o torneio reuniu pela 1ª vez 32 equipes de todos os continentes, em um modelo similar ao da Copa do Mundo de seleções.
Assista ao episódio (3m47s):
A final foi disputada no domingo (13.jul.2025) entre Chelsea e PSG, 2 dos elencos mais caros do futebol mundial. O clube inglês venceu por 3 a 0 e faturou US$ 115,2 milhões (R$ 637,3 milhões). O vice-campeão, PSG, levou US$ 105,7 milhões (R$ 594,7 milhões). Ao todo, a Fifa distribuiu R$ 5,54 bilhões em premiações, o maior valor já pago em um torneio da modalidade.
A competição seguiu o mesmo formato da Copa do Mundo de seleções, com fase de grupos e mata-mata. O Brasil foi representado por Fluminense, Palmeiras, Botafogo e Flamengo, com vagas garantidas por conquistas da Libertadores. No caso dos argentinos, Boca Juniors e River Plate participaram via ranking da Conmebol.
ANUAL E QUADRIENAL
Desde 2000, o chamado Mundial de Clubes reunia 7 equipes em um torneio curto, disputado no fim do ano. Mas o presidente da Fifa, Gianni Infantino, eleito em 2016, já defendia um novo modelo mais robusto, que ampliasse a visibilidade e os ganhos comerciais do torneio. A proposta original, apresentada em 2018, projetava 24 times e sofreu resistência da Uefa (União das Associações Europeias de Futebol), que temia o enfraquecimento do principal campeonato europeu, a Champions League.
A virada veio durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022, quando Infantino anunciou o novo formato com 32 clubes. A 1ª edição foi marcada para o verão de 2025, nos EUA, sede escolhida por sua infraestrutura esportiva, pelo mercado em expansão e pela projeção como anfitrião da Copa do Mundo de seleções de 2026.
A Fifa também abriu um escritório na Trump Tower, em Nova York, em 8 de julho. Infantino mantém uma aliança estratégica com o presidente Donald Trump (Partido Republicano), fortalecida por interesses comuns e por apoio financeiro vindo da Arábia Saudita. O fundo soberano saudita tem participação nos negócios de Jared Kushner, genro de Trump, e foi um dos garantidores do financiamento do torneio.
VAGAS E FORMATO
As vagas para a Copa foram distribuídas da seguinte forma:
Confederação Africana de Futebol – 4 Equipes
- Al-Ahly – Egito
- Wydad Casablanca – Marrocos
- Espérance de Tunis – Tunísia
- Mamelodi – África do Sul
Confederação Asiática de Futebol – 4 Equipes
- Al-Hilal – Arábia Saudita
- Urawa Red Diamonds – Japão
- Al Ain – Emirados Árabes
- Ulsan – Coreia do Sul
União das Associações Europeias de Futebol – 12 Equipes
- Chelsea – Inglaterra
- Real Madrid – Espanha
- Manchester City – Inglaterra
- Bayern de Munique – Alemanha
- PSG – França
- Internazionale – Itália
- Porto – Portugal
- Benfica – Portugal
- Borussia Dortmund – Alemanha
- Juventus – Itália
- Atlético de Madrid – Espanha
- Red Bull Salzburg – Áustria
Confederação de Futebol de Associação da América do Norte, Central e Caribe – 4 equipes
- Monterrey – México
- Seattle Sounders – EUA
- Pachuca – México
- Los Angeles FC – EUA
Confederação de Futebol da Oceania – 1 Equipe
- Auckland City – Nova Zelândia
Confederação Sul-Americana de Futebol – 6 equipes
- Palmeiras – Brasil
- Flamengo – Brasil
- Fluminense – Brasil
- Botafogo – Brasil
- River Plate – Argentina
- Boca Juniors – Argentina
País Sede – 1 Equipe
- Inter Miami – EUA
IMPACTO E FUTURO
Todos os jogos foram transmitidos gratuitamente pela plataforma DAZN, que adquiriu os direitos de transmissão por US$ 1 bilhão (R$ 5,59 bilhões).
Além da nova Copa, a Fifa manterá o antigo modelo em formato anual, sob o nome de Copa Intercontinental da Fifa, título conquistado pelo Real Madrid em 2024.
Com a ampliação do calendário, especialistas já debatem a possibilidade de sobrecarga de jogos para clubes e atletas, dado o acúmulo de compromissos nacionais, continentais e agora globais.