Mais de 100 organizações denunciam fome em massa em Gaza e pedem fim do bloqueio

Documento exige cessar-fogo permanente e suspensão das restrições israelenses à entrada de ajuda humanitária

Mais de 100 organizações de direitos humanos e assistência humanitária emitiram, nesta quarta-feira (23), um apelo urgente para que a comunidade internacional intervenha diante da grave crise alimentar na Faixa de Gaza. O comunicado exige a suspensão imediata das restrições impostas por Israel ao envio de suprimentos e defende um cessar-fogo permanente como medida essencial para conter o agravamento da tragédia humanitária.

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Assinado por 111 entidades – entre elas Médicos Sem Fronteiras (MSF), Conselho Norueguês para Refugiados e Refugees International – o documento alerta que a população palestina enfrenta uma situação de “fome em massa”, agravada pelo bloqueio contínuo à entrada de alimentos, água potável, medicamentos e outros insumos básicos. Toneladas de ajuda humanitária permanecem retidas nas fronteiras, sem acesso aos civis que mais precisam.

“A crise em Gaza não é apenas uma catástrofe humanitária. É uma escolha política”, afirmam as organizações, que responsabilizam as autoridades israelenses pela escalada da fome e pelo impedimento sistemático à entrada de ajuda vital. O texto também critica a inércia de governos e organismos multilaterais frente à violação do direito internacional humanitário.

O apelo destaca que, além da fome generalizada, os bombardeios e o cerco militar agravam a destruição da infraestrutura civil – como hospitais, escolas e redes de saneamento – tornando ainda mais difícil a sobrevivência da população.

As entidades exigem que a comunidade internacional atue com urgência para pressionar por:

  • Suspensão total e imediata do bloqueio israelense a Gaza;
  • Garantia de acesso irrestrito à ajuda humanitária;
  • Implementação de um cessar-fogo permanente e duradouro;
  • Investigação internacional sobre crimes de guerra e violações dos direitos humanos.

O relatório reforça ainda que o sofrimento do povo palestino “não pode ser tratado como colateral” e que o mundo tem a obrigação legal e moral de agir. “Permitir que crianças morram de fome diante de caminhões carregados de comida é uma falência ética global”, conclui o comunicado.

Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou sobre o apelo das organizações. O conflito em Gaza já provocou milhares de mortes, deslocamentos forçados e o colapso do sistema de saúde local, segundo dados da ONU.