Ministério do Esporte cobra confederação após denúncias sobre Bolsa Pódio

O Ministério do Esporte enviou um ofício à CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) na 4ª feira (23.jul.2025) apontando irregularidades na condução do programa Bolsa Pódio. A medida foi tomada depois de 9 atletas paralímpicos denunciarem exigências consideradas indevidas para aprovação de seus planos esportivos. A confederação recuou das exigências depois da intervenção do governo federal. As informações foram divulgadas pelo Globo Esporte.

Em 15 de maio, os atletas enviaram uma carta ao ministério pedindo autonomia para preencher seus próprios planos. O texto foi assinado por: Bruna Alexandre, Claudio Massad, Cátia Oliveira, Danielle Rauen, Jennyfer Parinos, Joyce Oliveira, Luiz Filipe Manara, Marliane Santos e Paulo Salmin.

Segundo os atletas, a confederação exigia a destinação de 30% a 60% do valor do benefício para competições internacionais, o que foi comunicado por uma funcionária da entidade por mensagem de celular.

O ministério reforçou esse entendimento no ofício, ao afirmar que o preenchimento dos planos são de responsabilidade exclusiva dos atletas e que a CBTM não pode impor requisitos como número mínimo de competições.

Após o recebimento do ofício, a confederação revogou, em 17 de julho, a Nota Oficial nº 057-2025, que estabelecia as exigências questionadas. A decisão foi tomada com apoio da Comissão de Atletas e em resposta ao ofício do ministério, assinado pela secretária nacional de Excelência Esportiva, Iziane Castro Marques.

A CBTM afirmou que todos os planos da seleção paralímpica foram aprovados e que o número de contemplados subiu de 17 para 22 em 2025.

Apesar do recuo da entidade, os atletas relataram perseguições internas após a publicação da carta. Bruna Alexandre afirmou ter sido afastada por não suportar o ambiente e declarou que se sentiu usada pela confederação apenas para fins de imagem. Os atletas publicaram uma nota conjunta nas redes sociais em que pedem respeito e o fim de retaliações.

O Ministério do Esporte declarou que ainda aguarda retorno de uma das entidades envolvidas para consolidar as informações sobre o caso. Já o Comitê Paralímpico Brasileiro esclareceu que não tem responsabilidade sobre a gestão do tênis de mesa e que sua atuação se limita ao grupo de trabalho que aprova as indicações dos atletas ao programa Bolsa Pódio.