Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
A violência de gênero no estado do Pará segue em ascensão. Em 2024, foram registrados 388 casos de agressões contra mulheres, um aumento de 73,2% em relação ao ano anterior. Os dados são da Rede de Observatórios de Segurança, que monitora a violência em nove estados do país, publicando anualmente o relatório “Elas Vivem”.
O Pará ocupa o quarto lugar no ranking de estados com mais casos, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas. Entre as vítimas, uma adolescente de 13 anos, grávida após ser violentada pelo próprio pai em São Domingos do Capim, simboliza a falha na proteção às mulheres, especialmente em regiões mais afastadas.
Feminicídios e perfil das vítimas
Em 2024, o estado registrou 69 homicídios de mulheres, sendo 41 classificados como feminicídios. Desses:
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26 foram cometidos por parceiros ou ex-parceiros;
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21 envolveram o uso de facas ou objetos cortantes;
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Mulheres negras foram as mais afetadas, com 12 casos.
A maioria das vítimas tinha entre 18 e 39 anos, faixa etária que corresponde a 39% dos feminicídios. Apesar da Lei Maria da Penha completar 18 anos em 2024, a aplicação ainda é falha: 20 vítimas tinham medida protetiva quando foram agredidas.
Armas e vínculos com os agressores
A violência se manifestou de forma brutal:
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96 casos com arma de fogo;
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95 casos com facas ou objetos cortantes.
Em 193 ocorrências, os agressores eram parceiros ou ex-parceiros, reforçando que a maior ameaça vem de dentro de casa. Muitas vítimas não denunciam por medo, dependência financeira ou falta de acesso a canais de denúncia.
Falta de políticas eficazes
Os números mostram que o estado não conseguiu frear a escalada da violência. Especialistas apontam a necessidade de acelerar a concessão de medidas protetivas, ampliar o atendimento humanizado e fortalecer a estrutura para garantir o acesso à Justiça, especialmente em cidades do interior.
Enquanto isso, mulheres seguem vulneráveis em um sistema que, muitas vezes, as negligencia. A pergunta que fica é: quando o Pará conseguirá reverter essa realidade?
Faça o download: Rede de Observatórios de Segurança – Relatório “Elas Vivem” (2024).
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