Levantamento Pulso Brasil/Ipespe mostra queda na aprovação do ex-presidente dos EUA e avalia impacto da associação com ele nas eleições de 2026
Foto WhashingtonDC/Daniel Torok/Via Fotos Públicas
A rejeição ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cresceu entre os brasileiros após o anúncio de novas tarifas sobre produtos do Brasil, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe realizada entre os dias 19 e 22 de julho. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (24) pela colunista Mônica Bergamo, mostra que a desaprovação a Trump subiu de 55% em maio para 61% em julho, enquanto a aprovação caiu de 39% para 33% no mesmo período.
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O movimento reflete o impacto negativo da medida protecionista do republicano, que voltou ao cenário internacional com discursos agressivos e promessas de endurecimento nas relações comerciais – o que acendeu o alerta entre exportadores brasileiros de aço, alumínio, celulose e produtos agrícolas.
A pesquisa ouviu 2.500 pessoas em todo o território nacional e apresenta, além dos índices de popularidade, um dado com potencial reflexo eleitoral: 53% dos entrevistados afirmam que a associação de candidatos brasileiros com Trump pode prejudicar suas campanhas em 2026. Para apenas 21%, o vínculo com o ex-presidente norte-americano traria algum benefício eleitoral. Outros 26% não souberam responder ou disseram que não faria diferença.
Queda de imagem e custo político
A pesquisa revela que a imagem de Trump no Brasil sofre deterioração não apenas pela política econômica, mas também por seu histórico de declarações polêmicas, negacionismo climático e tentativas de deslegitimar eleições – elementos que encontram ecos em parte da política nacional, especialmente entre ex-apoiadores do governo Bolsonaro.
Especialistas ouvidos pela imprensa apontam que a retórica ultranacionalista de Trump, combinada com medidas concretas como as tarifas sobre produtos brasileiros, fortalece a percepção de que a proximidade com ele representa risco e isolamento diplomático.
Nos bastidores da política, o dado preocupa grupos mais alinhados à direita conservadora. A rejeição crescente entre os brasileiros pode limitar o uso eleitoral da figura de Trump como símbolo de força ou estratégia de governo, especialmente em um cenário global de tensões comerciais e instabilidade.