Filipe Martins e Silvinei Vasques, ligados ao núcleo estratégico da tentativa de golpe, prestam depoimento por videoconferência nesta quinta (24)
Foto Valter Campanatto/Agencia Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início, a partir das 9h desta quinta-feira (24), a mais uma etapa de interrogatórios dos réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado que visava reverter os resultados das eleições presidenciais de 2022. As oitivas ocorrem por videoconferência e fazem parte da instrução processual dos inquéritos abertos com base na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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Nesta fase, serão ouvidos réus dos núcleos 2 e 4 da trama investigada. Segundo a PGR, o núcleo 2 é composto por pessoas responsáveis pelo planejamento estratégico e político das ações golpistas, com o objetivo de sustentar ilegalmente a permanência do então presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas urnas.
Entre os principais nomes a prestar depoimento nesta quinta estão:
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro para assuntos internacionais, apontado como um dos articuladores da tentativa de ruptura institucional;
- Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), acusado de ter usado a corporação para obstruir o voto no segundo turno das eleições, especialmente em regiões onde Lula tinha maioria.
O núcleo 4, por sua vez, reúne militares e civis que, segundo a acusação, atuaram na preparação logística e operacional do golpe, incluindo a tentativa de mobilização armada e pressões sobre as Forças Armadas.
A retomada dos interrogatórios ocorre no contexto do avanço das investigações sobre a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, por meio da disseminação de falsas alegações de fraude eleitoral, convocação de atos antidemocráticos e pressão para que os militares interviessem contra o resultado das urnas.
O STF já tornou réus mais de 100 pessoas pelos atos de 8 de janeiro e pelos desdobramentos do plano golpista, incluindo aliados políticos, ex-ministros e militares de alta patente. Os processos seguem em diferentes fases, e a expectativa é que novas denúncias sejam apresentadas nos próximos meses.
A Corte tem reforçado que os interrogatórios são uma etapa essencial para garantir o devido processo legal, embora as provas materiais já reunidas pela PGR sejam consideradas robustas.