Assalto frustrado, “justiça” popular

Um homem de 35 anos foi atropelado e espancado após tentar assaltar um idoso em plena luz do dia, na tarde desta quinta-feira (24), em Montes Claros, Minas Gerais. O caso, ocorrido em uma praça no bairro Alto São João, chamou atenção não apenas pelo crime em si, mas pelas consequências violentas e imprevisíveis que vieram em seguida — tanto para o autor quanto para a própria ordem pública.

Segundo informações da Polícia Militar, a tentativa de assalto gerou imediata reação de populares que testemunharam a abordagem ao idoso. Revoltados, eles iniciaram uma perseguição ao suspeito, culminando em um atropelamento registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram ainda o homem, já caído, sendo agredido com um capacete por um dos perseguidores.

Apesar dos ferimentos, o suspeito conseguiu fugir do local, mas foi encontrado pouco tempo depois, nas proximidades de um supermercado no Centro da cidade. O Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros, constatando cortes na cabeça e inchaço nos olhos. Ele foi estabilizado e levado à Santa Casa de Montes Claros, de onde será encaminhado à delegacia assim que receber alta médica.

A Polícia Militar informou que, até o momento, não foi possível identificar os autores das agressões. O suspeito possui uma longa ficha criminal, com passagens anteriores por furto, roubo, ameaça e lesão corporal. A Polícia Civil irá investigar o caso, incluindo tanto a tentativa de roubo quanto os episódios de linchamento popular.

O risco do crime

Essas são as consequências imprevisíveis da criminalidade — não só para a vítima, mas também para o autor e para a sociedade como um todo. A ação desastrosa do assaltante desencadeou uma reação violenta em cadeia: de um crime frustrado, emergiu um atropelamento e um espancamento coletivo, com elementos de linchamento que desafiam o sistema legal.

Há aqui uma mensagem evidente sobre os riscos da “profissão” do crime: além de enfrentar a força da lei, o assaltante se expõe à reação imprevisível da população, que pode agir movida pelo impulso da revolta. Entretanto, essa mesma reação popular também carrega riscos graves — tanto jurídicos quanto morais.

A justiça feita com as próprias mãos mina o Estado de Direito, podendo transformar vítimas em réus e alimentar um ciclo perigoso de violência.

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