A FCC (Comissão Federal de Comunicações), agência dos Estados Unidos que regulamenta comunicações e mídias no país, aprovou, na 5ª feira (24.jul.2025), a fusão entre a Paramount Global e a Skydance Media, por 2 votos a 1.
A transação, avaliada em US$ 8,4 bilhões, permite a transferência das estações de televisão da CBS, parte do conglomerado da Paramount, para o controle de David Ellison, CEO da Skydance e filho do cofundador da Oracle, Larry Ellison.
Este mês, a Paramount pagou US$ 16 milhões para encerrar um processo movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Partido Republicano), contra a empresa e a CBS News.
O ex-presidente havia processado a emissora pela edição de uma entrevista da então candidata à Presidência Kamala Harris (Partido Democrata) no programa 60 Minutes, alegando favorecimento à sua adversária.
Anna Gomez, única comissária do Partido Democrata na FCC, votou contra a aprovação. Ela criticou a Paramount por “capitulação covarde” ao governo Trump, afirmando, segundo a Reuters, que a Comissão estava impondo “controles nunca vistos sobre as decisões tomadas nas redações de notícias”.
O aval para a fusão foi dado depois de um período de análise que se estendeu por mais de 250 dias, superando a meta da comissão de finalizar as revisões em 180 dias. Com a decisão, além da CBS, a Paramount Pictures e o canal Nickelodeon passarão para os novos controladores.
O presidente da FCC, Brendan Carr, indicado por Trump, disse que votou a favor da fusão depois de receber garantias dos novos proprietários sobre seu compromisso com jornalismo imparcial.
A Paramount perdeu bilhões de dólares em valor de mercado nos últimos anos, enquanto tentava se adaptar ao mercado de streaming. As ações da empresa subiram cerca de 1,4% nas negociações depois do fechamento do mercado, atingindo US$ 13,45.
A Skydance prometeu à FCC que nomeará um ombudsman –profissional independente que atua dentro das redações como representante do público– para avaliar reclamações de viés editorial ou outras preocupações sobre a CBS.
A empresa também informou à Comissão que não estabelecerá iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.
Senadores democratas, como Edward Markey e Ben Ray Luján, afirmaram que a fusão “cheira à pior forma de corrupção”, uma vez que se deu logo após o acordo da Paramount com Trump.
O apresentador do programa The Late Show, Stephen Colbert, havia chamado o acordo da Paramount de “um grande e gordo suborno”. Seu programa foi cancelado dias depois, em uma decisão que a Paramount classificou como financeira e não relacionada à política.