Governo Lula deixa aliança em memória do Holocausto

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou na 5ª feira (24.jul.2025) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou o Brasil da IHRA (sigla para Aliança Internacional para a Memória do Holocausto). O Brasil atuava como integrante observador desde 2021. A informação de que a gestão Lula deixou a entidade não foi divulgada pelo Planalto, mas foi confirmada pelo Poder360.

Em uma época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso”, declarou o ministério israelense em uma publicação na rede social X.

O Ministério das Relações Exteriores israelense ainda criticou a decisão do Brasil de aderir a uma ação na CIJ (Corte Internacional de Justiça), órgão judicial da ONU (Organização das Nações Unidas), contra Israel pelas ações na Faixa de Gaza. A ação foi protocolada em janeiro de 2024 pela África do Sul, que acusa Israel de violar a convenção internacional, de ter uma “conduta genocida” e de promover o “assassinato em massa de civis”.

Segundo o ministério israelense, “a decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ, ao mesmo tempo em que se retira da IHRA, é uma demonstração de uma profunda falha moral”, lê-se na publicação. 

Em nota divulgada na 4ª feira (23.jul), o MRE (Ministério das Relações Exteriores) disse que a decisão do Brasil de aderir à ação na CIJ tem como base a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e o “dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e de Direito Internacional Humanitário, frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados, conforme conclusão da Corte Internacional de Justiça nas medidas cautelares anunciadas em 2024”.

A Convenção do Genocídio foi firmada pelos países-membros da ONU depois da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) como forma de prevenir crimes contra a humanidade.